Textos poéticos/contos/crônicas todas terças, quintas e sábados... ou quando a inspiração mandar...

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Desvio Cruz-Credo de Dois Mil e Quinze Quilos


"O dinheiro e a pilantragem andam de mãos dadas
Feito manteiga no pão"
880 possibilidades que no somar das importunas oportunidades de cá
Num dá pra ser possível de fazer é nada

Minha calma espiritual imediata parece artigo da feira da fruta
E os cidadãos da mata se perderam na selva de pedra
Nessa tribo de canibais que jogam uns aos outros no lagar
Pra pisotear e beber um bom vinho de veias e artérias de uma vide de carne
Embriagar-se de sangue, sanguessugas no teatro dos vampiros

C.ompleta P.rova de M.aracutaia F.ederal algo nos diz que voltará
O último que morre sempre é o herói, o cabra que não teve tempo de correr
Do arrastão que vem de Brasília, ou da Brasília Teimosa, quem sabe
Rastapé cataplam catimba tola que num passa de gente pulando de branco no mar

Retrospectiva de dois mil e quinze anos diferentes e iguais em tudo
Rixas, rusgas, muitas rugas, pés-de-galinha e carnes de pescoço
Heavy metal setentista, born to be wild, paranoid Iron Man
No more mr. Nice Guy, you can Jailbreak to the Highway to Hell
Estou perdido, eu sei, easy livin' bat out of hell I am
Vai que descubro como dar o fora dessa Bastilha

Ódio e calúnia, Opus Dei, Deus le Volt ex Machina
Homens brincando de juízes, espadas de Alá ou de Elohim na mão
Não avisaram ao Senhor nem têm autorização nenhuma para sua inquisição
Estou cansado, e tenho dois mil e quinze quilos nas costas
Não sei se aguento a próxima carga da Via Crucis moderna
Yeshua ainda clama
"Perdoa-os, não sabem o que fazem"

Continuamos sem saber... até quando? 

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Piquenique em frente à Torre de Babel


Entrelinhas e colunas
Sobre e subtextos
Contextos sem testificar testemunhas
Testes e provas reais do irrealizável
Pretextos que posteriormente não terão revisão
Nem edição em nenhuma seção ou subseção
Seccionam e particionam partes parciais
O todo e suas duas metades iguais se igualam

Complicado e complexo
Reflexo da refração de um olhar míope, hipermetropia, astigmático
Na tentativa de descrever a inscrita escritura
De eu e você, voceu
Nós Dois, Um Só
U2 ME | ME 2U

Os tolos não se apercebem do colosso impávido que se chama amor
Vivem presos naquela pracinha circular sem brinquedos nem flores
Nem banquinhos para sequer sentar e comer pipoca com manteiga de garrafa
Mas fazem seus piqueniques com salada de formigas e mutucas
Andando por toda a extensão da praça sem nenhum movimento centrífugo
Suficiente para os libertar como vetores de uma nova esperança

Retrospectiva do introspectivo perdido no subconsciente inconscientemente
Consentindo instintivamente na perda do controle do fólego de vida
"Pela graça sois salvos", e fazemos graça e desperdiçamos a graça de graça
Missão Impossível é resgatar o que no ralo de sentimentos se foi
"I still haven't found what I'm looking for"
Trilhas sonoras de filmes de cinema mudo
As impressões de Beethoven a cada sinfonia que ele ouviu a si mesmo tocar
A voz de alguém gritando "eu te amo" em alfabeto braile para analfabetos
Nada dizem para mim meu desejo de bater na porta da sua casa
Levando um sorvete com casquinha
Sabor de sabão em pó

Vox Dei et Populli
In these days of lost and damned men
No tengo nadie a mi felicitad
Babel de todos os homens sem entender suas misérias
Num restaurante francês usando hashi para nos devorar no almoço

🔝🔝🔝🔝🔝🔝🔝🔝🔝🔝🔝🔝🔝🔝🔝🔝🔝🔝🔝🔝🔝🔝🔝🔝🔝🔝🔝🔝
ESTE LADO PARA CIMA, POR FAVOR NÃO ESQUEÇAM!!!

"Eia, confundamos sua linguagem..."

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Procuro um Amor



Procuro um amor 
Não sei onde ele está 
Mas sei bem que um dia 
Eu hei de encontrar

Estará numa montanha 

Numa esquina ou na beira-mar 
Na cidade ou no campo 
Ou, ah, no teu olhar...



Poema escrito em março de 2004, para ser mais preciso, meu primeiro poema oficial.

Vislumbres do Novo Éden para um Adão Sem Eva


Rosto coberto de maquiagens, decotes, poses sensuais
Ou falsa santidade que se esconde em anágua e em discursos vazios
Mas por dentro o desejo incontrolável de não escolher esperar
E sim fornecer, doar, repassar sem noção tudo que tem em vc mesma

Não consigo mais nem pensar em participar de certas insanidades
No fim das contas eu saio como errado e ninguém me compreende
Não me chamem mais para aconselhamento nenhum, nem ajudas
Se você mesmo não se ajuda e ainda quer que eu vá pro abismo com vc
Sou muito moço pra morrer na praia junto com náufragos insanos

Tentando o certo só deu tudo errado
E todos ainda apontam seus dedos para mim como se quisessem os introduzir em minhas órbitas
Eu posso ser preto, andar com camisa estranha, cabelo grande enrolado
Mas não tenho rolo com nada que possa fazer
com que o polícia bote minha mão na parede
nem o traficante fi duma égua me bote na vala

O Google não tem achou, nem vou procurar no Altavista, pois não tem mais
"Toda dor é por enquanto"
Esse enquanto infame que ainda me faz por a cabeça num balde com água
Me enterrar no fundo do mar
Mea maxima culpa de ter perdido tempo entre os deuses desse mundo
E nem vi nesse Monte Olimpo o mofo e o pó deles incensando minhas narinas

Bicho-pau, Louva-a-deus se prepara pra dar o bote nada religioso
A orquestra da floresta assovia suas trombetas, clarinetes e oboés
Enquanto eu ainda estou perdido no meio dessa imensidão azul
Em vermelho o céu se desfaz em fogo dando adeus à noite de tristeza
Um dia O Rei trará leite e mel em maná nesse deserto que florescerá
Até o dia em que Ele mesmo abrirá as portas de seus braços, ó Canaã

E lá um dia eu e você e nossos filhos lá vão rolar pela grama infinda
Eu sei, nem sei quem você é e nem eles chegaram ainda
Mas o jardim do pensamento foi criado por Ele também
Não custará nada pra Ele um dia em Sua Glória Eterna dar esse pingo d'ouro
Para enriquecer meus olhos um pouco mais <3

Sem Título para a Solidão


Nesse mundo em que o amor acaba com um estalar de dedos
que o afago das mãos não traz calor nenhum
que alguns te chamam de traidor, mesmo você tentando o ajudar
que Judas beija Jesus e nenhuma forca amedronta mais

Os coveiros e os do necrotério anunciam a morte
e eu não aguento mais a carniça de suas palavras
Os Supermen continuam a serem mortos pela kryptonita
Enquanto Lex Luthor sorri sentado em seu túmulo

Xeque-mate, nocaute, game over, K.O.
O tatame ganhou o beijo que você desperdiçou
Meu talento deve ter sido enterrado na areia e eu esqueci de marcar no mapa

Meus poemas perderam a muito a graça
Mas meus versos gemem minhas dores
Nesse mundo em que anjos só lembram os enfeites de algumas salas de estar
ou alguma coisa de reality show, irreal

Adeus a minhas asas, me esqueci como voar
Rostos bonitos não são mais motivo do meu sorriso embelezar-se
Mas ainda existem alguns que me fascinam, como o seu, quem sabe

Um dia eu descobrirei se tenho algum lugar para plantar meu coração
A humanidade nos torna tão desumanos

sábado, 26 de dezembro de 2015

Dodôs Perdidos


Deixei meu nariz de palhaço em casa
Ninguém me avisou que era festa à fantasia
E você veio vestida de santa
Te despir é tão simples que nem vale a pena o esforço de pedir

Dói demais a cada dia que passo
Sem beijos nem abraços
Até meu pai foi embora, e com ele meus irmãos
Me deixaram só eu, minha mãe e meu cão

Na coleira meu cão e eu estamos

Como dodôs, lobos-da-Tasmânia, moas e alcas
Peixe-boi de Steller e outras maravilhas da natureza
Os caçadores ensandecidos estão a me fazer caça
E me levar à extinção, a mim e todo meu amor jamais aproveitado pro ninguém

Teólogos e teóricos disputam de quem é a culpa, quem é o soberano enfim
e os profetas de última hora continuam a proclamar o fim do mundo
Já eu só queria no fim de tudo alguém que valesse a pena
E não qualquer uma que apenas queira se aquecer na minha cama e meus lençóis

Jardim-de-infância nunca foi minha praia
Tanto é que fugi do Jardim II direto pra Alfabetização
Minha paciência com crianças só funciona com menores de 12 anos
Acima disso ou se manca ou se manda

Se os peixes voadores realmente voassem alto
Eu montaria num deles pra fugir desse mar revoltoso de tez poluída
E de teus braços, solidão danada, me livraria pra sempre
Você que enchia de eclipse a lua cheia do natal

Ultraviolência... o mundo do amanhã se esconde em tristezas
Mico-leão Dourado, Onça-pintada, Tartaruga-de-couro, Arara-azul
Por favor, não desapareçam
Deem um pouco de esperança a esse quase desvanecido homem
Que clama para não extinguirem o seu amor, como já extinguiram a tantos outros por aí

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Cantata Para Papai Noel


Então é natal e nada se fez
O ano termina e há hipocrisia outra vez
Um falso amor e fraternidade
Numa mesa de peru, queijo do reino e mentiras

Bate o sino pequenino numa casa que tem
Pisca-pisca colorido pro bem de ninguém
Mendigos dormem nas ruas, que se danem por lá!
Um dia vale mais que o ano todo, será?

Botei minha meia suja na janela do quintal
Papai Noel me deu uma "banana" pro natal
Como é que vou tomar refri de cola sem vintém?
Pergunte a quem mora numa ponte, lá "o velhinho nunca vem!"

Noite infeliz, noite infeliz
Ó Senhor, Deus de amor
Por que sujam o dia em que viestes aqui na Terra?
Inda que saiba, hoje não é mesmo o tal dia
Será que só o inventaram...
...pra lembrarem de Ti no ano apenas UMA VEZ?

Aliás... de Ti?
E quem é esse velhote barbudo de vermelho
que está ali no Shopping Center rodeado de pobres enganados?


Poema escrito em 25 de dezembro de 2010, as partes em itálico foram acréscimos de hoje.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

U.T.I.

Pessoas entram
Pessoas saem
Pessoas riem
Pessoas choram
Pessoas ficam lá
Algumas moram lá
Outras morrem lá

E pessoas que não se importam muito
Ganham dinheiro com esse sofrimento todo

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Chuva Levada

 
Chuvarada desce
Ranca todo toco, toda réstia e moléstia incontida nesse chão
Prepara um lugarzin pra meu jardim, horta e pomar
Para te encher de flores, nutrir de verduras e adocicar de frutas

Resgatar meu velho castelo
Deixando pra trás os cegos que lá se perderam
E aquele solitário trono que ninguém quer assentar-se
Continua aqui do meu lado
Apodrecendo sozinho, assentado apenas pelo mofo e pelo bolor

Meus pesares ao meus sentimentos
Os ressentimentos venceram a guerra e assassinaram a todos vocês
O assentamento do recém nascido amor Eros
Foi interrompido pela notícia ensandecida de seu precoce falecimento
Aborto vivo morto

Ainda há quem nesse reino falido e fadado ao enfado
Se apegue mais aos pingos nos "Is"
Enquanto o maior dos erros como um câncer em metástase continua a nos devorar:
O desamor, o desprezo, as insanas escolhas de quem não sabe viver

Agora vejo em parte, mas não querem que o Perfeito venha
Dentro dos corações enganados enganosos de nossa existência
Revelando como água pura, limpando como chuvarada
A moléstia mais cruel e assassina:
O orgulho e a tolice de se orgulhar de nada ter de verdade

Quem sabe essa tempestade que bate lá fora, como chuva de verão
Apenas seja o prelúdio de um novo chão, pronto pro sol sorrir de novo
Para a luz rebrilhar nos nossos corações, quiçá
E refletir nos nossos olhos um caminho novo só pra nós
Nós que ninguém poderá mais romper
Nem as mais insanas e absurdas tormentas da vida
"Mar, aquieta-te, ventos e chuva, cessem!"

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Você fala porque eu...


Você fala porque eu gosto de novela, mas sua vida é uma trairagem ao mocinho direto
Você fala porque eu escuto rock, mas seus ouvidos sorriem com as fofocas
Você fala porque eu canto música secular, mas teus louvores são uma fraude humanista
Você fala porque eu só ando de preto, mas quem vive de luto é você
Você fala porque eu tô desempregado, mas vive reclamando do patrão direto
Você fala porque eu não sou ortodoxo, mas sua santidade é fingida e caga-regras
Você fala porque eu falo demais, mas você se cala com a safadeza alheia
Você fala porque eu falo "merda", mas as pragas que saem da sua boca fedem muito mais
Você fala porque eu ando com "gente errada", mas quem faz bosta pro aí é você
Você fala porque eu sou grosso, mas sua gentileza é só pra quem te interessa
Você fala porque eu sou chato, mas veja como você implica comigo e com todos
Você fala, fala, fala, e não fala nada
Eu, graças a Deus, não sou você
Que só fala
e nunca faz

(ir)Retidão

Nesse mundo existem dois tipos de pessoas
Os Retos
e os retos
Qual a sua retidão ou irretidão?

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

A Day in the Life

Estava a toa na vida e o meu amor... amor?
Bem, ele me chamou
Pra ver a banda de clube dos corações solitários do Sargento Pimenta passar
Cantando "Um Dia na Vida", Lúcia no céu com diamantes
Com uma pequena ajuda dos meus amigos eu pude declamar essas canções

E esquecer um pouco ou lembrar mais fortemente
de que tudo lá fora de casa não é coisa de Hollywood nem da Boca do Lixo
Num Submarino Amarelo explorar os mares sinistros ao meu redor
Na mágica e misteriosa jornada da minha vida
Eu não sou a morsa

E os inquilinos continuam discutindo bobagens

Porcos voando por aí

Gritos atrás da porta

"Minha gente!"

Despeito

...

Não entendo o porquê de tanta gente ser estúpida assim
Atrapalhando meu poema ser feito de maneira tão bela como queria
Para perder tempo despejando tolices boca afora
"Ob-la-di, Ob-la-da..."

Outrora Agora no Savoy


Imagens em preto-e-branco nas fotografias e o velho retroprojetor
Meu betamax prepara um filme de cinema mudo
e meu gramofone toca um vinil, ou um cilindro musical
Com uma peça de Wagner, sombria e obscura
Enquanto escrevo o telegrama para mandar pelo fax

Esperando o velho bonde pra levar pra Maciel Pinheiro
e mais à frente o trem do porto do Recife
Tomar algo pra me aquecer no Bar Savoy
" São trinta copos de chopp,
são trinta homens sentados,
trezentos desejos presos,
trinta mil sonhos frustrados"

E nada mudou
Mudaram os nomes, as coisas, as cores, os sons, as bebidas, os lugares, os meios de transporte, as diversões, os registros, os meios de comunicação, até a cidade mudou
Mas os trinta homens sentados continuam com trezentos desejos presos e trinta mil sonhos frustrados
E ninguém nos tirou da ressaca do dia a dia
Na Avenida Guararapes
Carlos Pena Filho, poeta do azul
Livrai-me desse diabólico festim

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

12 Contos, Encantos e Desencontros



I

Quando você conversa com seus velhos amigos e paixões
e eles visualizam o que você mandou, mas não respondem nada
Quando velhas amizades se destroem por bobagens e besteiras
Quando prestes a se separar de alguém que te criou e cuidou de você
 O céu fica igual hoje, cinza, nublado, sem graça, sem sol

Não curto indiretas, gosto de ir direto ao ponto, direto em seus braços
Mas desembaraços me impedem de ser bem-sucedido nos meus intentos
São tantas decepções, tantos fardos
Oasis de menos, poeira desértica demais da conta
E tudo que escuto são os mesmos profetas da Laranja Mecânica
que Belchior um dia denunciou
"Não vai melhorar nada"
Se não vai, sentem e morram, a vida é um lixo, desistam.

II

Se quer mesmo se preocupar com algum jovem negro
preocupe-se comigo, não com o cara da esquina que afanou sua carteira
Esse último a polícia pode se preocupar sozinha
Isso se você parar de demonizar todos por alguns
Ou é modismo da sua parte, ou é idiotice pura
ou é prisão de uma ideologia porca que tudo vê como errado, desde que sirva a seus inimigos

A gente é tão prisioneiro do que é mania
Mudamos as cores das fotos e jogamos games imbecis
"Todo mundo faz"

Faz diferença, enfim?

Enquanto isso esses mesmos utópicos de plantão
Estão vendo a cor do biquíni para pegar um bronze domingo que vem
Em Porto de Galinhas

III

Os jornais me angustiam
Não sei qual o pior
Aquele que enfatiza os podres do governo
ou o do opositor
Num chiqueiro não dá pra dizer qual porco está mais ou menos sujo
mas do jeito que tá nenhum vai pro céu, nem o da boca
Não gosto de carne suja, de sujeira já basta a que faço todo dia no WC

Confusões reinando, pessoas sofrendo, apanhando, se matando
E nossos celulares filmando para postar o melhor lance no Whatsapp
"Manda nudes"
E depois o choro quando toda sua nudez foi castigada
Após as masturbações cessarem e os xingamentos começarem

Sorria, meu bem, sorria
Você está na Record!

(Eu sei, você preferia estar na Globo, mas foi o que o jabá deu pra pagar)

IV

O suor escorre quando passo de bicicleta e o vento sacode meus cabelos
ou seria o vapor, a bruma do que sobrou do pulmão
de uma tragada de nicotina, maconha, crack
ou seja lá que droga é essa que dizem que faz bem, mas acho que faz um mal danado

Estou na coleira
Igual Bobi, meu cachorro de estimação
Acho eu que ele é mais livre que eu
Pois ele pode latir onde eu não posso
Au Au Au
Sai fora do meu quintal!

V

Cansado dos sorrisos bonitos
Não se traduzirem em gargalhadas no meu íntimo
Nem de os lábios que sorriem assim não colidirem com os meus

Minha vontade de abraçar se esbarra na impossibilidade de abraçar o vento
Afinal vento não se estoca, pelo menos acho que todos sabem disso
A não ser os cabeças-de-vento espalhados por aí afora
que não percebem que a chuva está caindo lá fora

"Que as coisas mais loucas e idiotas virem rotina para nos alegrar"

VI

Não sei cozer
Nem coser roupas novas
Então não me infernize, não sou tão moderno assim
Nem mesmo perfeito
Se fosse perfeito não precisava escrever poesias
Lamentando minha sina de ser só e somente só eu

Enciclopédias do avesso já escrevi
em vida e em ficção
"O que você faz pra ser feliz?"
Clarice, meu bem, não sei ao certo
mas bem que tento descobrir
Quem sabe enfrentar meu medo de altura no bondinho do Pão de Açúcar
ou dar uma desfibrilação no meus sentimentos pra ver se eles ressuscitam

VII

Jiló, quiabo e maxixe
Chocolate amargo, vinagre e alho
Com uma pitadinha de limão e pimenta-do-reino
pra me fazer expelir fogo pela boca igual desenho animado
ou quem sabe ressuscitar meu vigor de algum jeito

Porque quando ligo a televisão
ou mesmo meu notebook
vai lá, meu smartphone
Não sei mais como levantar do meu sarcófago
Vontade de ser mumificado
Quiçá se um dia eu despertar com os faraós
Governar um mundo melhor e que preste até lá

VIII

Não sei o que é sofrer aqueles dias que você sofre sempre
mas faria de tudo pra compartilhar essa dor

Não é hipócrita nem coisa de viado, bicha, machista ou que merda vocês falam agora
Ser cavalheiro, gentil, cortês, ser o homem dos sonhos de alguém
E saber absorver e degustar de maneira precisa o aroma de lábios carnudos
E a maciez de suas lisas madeixas

IX

Meu eu-lírico não sabe tocar lira
E minha tragicomédia não faz ninguém chorar ou sorrir
Meu olhar 43 está cego
Mas queria que o seu não fosse miope

E me amasse mesmo nos dias em que eu estiver com os olhos de remela
Banhado de suor e com o perfume malcheiroso do dia-a-dia
E não perca tempo na internet discutindo esquerda, direita ou outro lado qualquer
Muito menos choramingue pela falta de uma conversa virtual
Eu prefiro visual no visual, olho no olho, boca na boca
Eu e você, você e eu

X

Se pedíssemos ao gênio da lâmpada
que ele realizasse no nosso desejo que todos fossem felizes
Provavelmente o desejo não ia rolar
O gênio não ia querer perder o seu emprego tão fácil

Escaletas e ukulelês e sítaras tocam e fazem trilhas sonoras
Mas não conseguem abafar minha fúria
Fúria contra a solidão, o desamor, a falta de caráter e de humanismo,
Contra todo maldito coração de pedra que persiste em se lançar e ferir e apedrejar
a todos que ainda sabem o que é amar, mas não conseguem nem amar nem ser amados

Eu não sou bom, nem ninguém o é
Mas eu tento a cada dia melhorar
E ao meu redor só vejo pessoas "boas"
que pioram a cada dia mais
e ferem tudo e todos como gladiadores numa arena de escravos

XI

Não adianta, as pessoas julgam meu coração
Acham ter a balança de Osiris para tentar determinar que estou errado
Não disse jamais que estava certo
Mas estou incerto de que o resto desse mundo está

Se meu coração chorasse
Meus olhos bombeariam sangue tamanho o cansaço que estou desse desamor e incompreensão
Mas acredito em Deus, acredito no Criador do amor

 
XII

Escrevi em papeis de carta, A4, Ofício, pautado, caderno, papel jornal, sites e blogs
Com caneta, lápis, hidrocor, giz, piloto, tijolo, datilografia, digitação, sangue
Em quase doze anos, doze partes de um mesmo poema
E o poema sou eu

E meu mal continua sendo o mesmo:
Eu acredito ainda no amor, fazer o que...
"Existe vida após o amor?
Há quem diga que sim, mas eu vou te dizer
O amor nos faz nascer de novo".



terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Reflexões de Vida (Refrações da Morte)


Pra falar a verdade
O suicídio parece uma opção
Muito errada e muito covarde, é verdade
Mas não encerra sua existência
Apenas encerra a de quem toma seu cálice
Ou seus comprimidos
Ou deixa seu sangue escorrer no ralo do banheiro
Ou seja lá que CFCH ou outro prédio qualquer você decidiu voar sem asas

A dor e o desejo de não sentirmos mais dor
Expostos nas cartas de despedida
Nas canções tristes no seu MP3 Player
Nas fotos rasgadas e queimadas no chão
Nas paredes pintadas, estátuas e cofres também
ou na pintura insanamente vermelho escarlate na calçada à nossa frente

Pra ser honesto não sei se teria coragem ou loucura ou sei lá
De viajar nesse destino sem volta
Cuspir no fôlego de vida vindo lá de cima com amor
Por conta do desamor ao nosso redor, que tolice
Tão tola quanto a do ébrio se embriagando num bar de São José
ou do garoto na esquina da Rua do Príncipe sorvendo cola
ou dos jovens que esquecem dos problemas criando novos
enquanto fumam seus baseados assentados nas praças de Olinda

Suicidas coletivos
Tantos de nós assim somos
Só em confiar em tudo, menos no Criador de tudo
e na nossa vida dada por Ele, para superar a dor
E não deixar a morte viver dentro de nós
Mas deixar a vida matar a morte todos os dias
E ainda que um dia a morte realmente venha nos beijar
Saiba que o calor da vida nunca parou de queimar dentro de nós
"Agora vejo em parte, mas então veremos face a face"

Eyeburn


Fire
Blood
in my Eyes
It's my state now
State of emergency? Maybe
Maybe I finally got freedom from your killer arms

Sometimes, all my time is lost
You are the only guilty
No, I'm guilty too
I ever see your lying eyes
I'm a stupid fool
for creed in you, sick bastard girl

F*** all the things
All is s*** for me
You destroyed my hope, my feelings
No, one as been survived:

MY HATE FOR YOU
DIE!
Die from my heart, bastard b****
I can't see your eyes again
without my eyes burn
Burn like you burned my heart

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Quase 12 Anos de Procura

O meu amor
é igual a Mega-Sena
Ninguém consegue dar o lance correto
E ele só faz acumular
mais e mais e mais e mais e mais e mais e demais demasiadamente mais

E é tão mais que demais que se eu colocar mais o poema vai ficar só com a palavra "mais"

Enquanto ninguém se habilita a mergulhar no meu mar
Tomarei minha dipirona pra pressão baixar
e eu desmaiar
Quiçá só despertar com o seu olhar a sorrir e dizer "bom dia, meu lindo"
Como sonhei tantas vezes um você assim a fazer
Mas nunca consegui achar você

Lembrei do meu primeiro poema:

"Procuro um amor, não sei onde está
Mas sei que um dia irei o encontrar
Estará numa praça, no meio da rua
num campo distante, ou estará, ah, no teu olhar"

Quase 12 anos depois, não sei bem se minhas forças são as mesmas
Mas minha teimosia masoquista ainda quer te achar
Mas vê se aparece logo, ora bolas!
Para de brincar de pique-esconde com esse tímido e lento ser
Deixa eu dizer "te achei", vencer teu coração duma vez por todas

Gênesis Capítulo 2



Daí eu me lembro de Adão
E vejo que não estou errado
Em ansiar tanto por uma Eva

Deus viu que o homem estava só

E desse um só viraram dois
E desses dois tornaram-se um só

Somente isso
Deixar de ser eu e ser teu
Deixar de você ser sua e ser minha

Por que os homens e mulheres de hoje
Têm tanto medo da posse?
Se ser do outro é ser mais completo que outrora?

Me ouça, meu Criador, Amigo e Pai
Estou aqui só nesse jardim
Regado pelo amor que desce de Ti mesmo
Preciso de alguém para esse Teu amor que em mim está compartilhar
E também possa me preencher mais um pouco com o que dela provier

Pra tantos pseudossantos que acham que só o céu é o que importa
Minhas palavras são murmúrios de um tolo que só olha pro finito
Mas ao Infinito Deus eu imploro
Me faz poder ensinar e aprender e aprender e ensinar
O verbo amar
No sentido mais belo que só o Senhor poderia fazer
Eva, vem comigo nesse jardim
Desfrutar de tudo que só Ele poderia darGênesis

Eu (o que não sou)



Não sou santarrão, nem mesmo devasso
Não sou democrata, mas também não ditador
Não sou hipócrita, tampouco perfeito
Não sou machista, nem virei feminazi
Não sou comunista, Deus me livre fascista
Não sou extrovertido, nem mesmo antissocial
Não sou um gênio, nem um grande idiota
Não sou um ricaço, nem pago de pobretão
Não sou alcoólatra, mas também nenhum asceta
Não sou um "muso", nem um  maltrapilho
Não sou das modas nem ultrapassado
Não sou fã do frio, mas calor demais não dá
Não sou politiqueiro, mas odeio gente apolítica, anarquista
Não sou engraçadão, nem um sem sal
Não sou bom de papo, mas a timidez não me vence

Não sou o que você imagina, talvez
Nem sei se sei o que sou
Tá a fim de descobrir comigo, juntos?
Vamos lá!

13/12/2015

Pneumotórax II

Tosse...
Espirro...
Cansaço...
Escarro...
Sangue pelas narinas...

Rinite, Gripe, Pneumonia
Da Bronquite à Asma
passando pela Sinusite
Amidalite, Adenoidite

- Graças a Deus não precisei fazer como o Manuel
Um Pnemotórax é muito caro
e tango argentino é brega demais pra mim.

Mas em compensação meu brinquedo de estimação pela infância inteira passou longe dos ursos de pelúcia e outras coisas infantis
Seu nome era nebulizador
E eu nunca gostei muito de brincar com ele pensando bem

"Diga trinta e três!"

- Homenagem ao mestre e conterrâneo Manuel Bandeira

domingo, 13 de dezembro de 2015

Torcida Desorganizada



Minha terra tem o Palmeiras
O Corinthians e o Flamengo
Vasco da Gama aportou aqui
no Cruzeiro do sul moreno

O Grêmio estudantil é Internacional
Mas o Sport rezou na Santa Cruz
como um Náutico com seu Remo
navega pelos rios Brasilienses e do Paraná

E no meio disso tudo
O povo, 90 minutos depois
Termina a festa
à base de garrafadas


- Poema feito em 2005, inspirado em "Canção do Exílio" de Gonçalves Dias, e reformado com algumas alterações.

"O Tempora O Mora"

Pra falar a verdade
Eu não me espanto mais
que o moralismo
Tenha virado apenas uma palavra tola demais

Fumam maconha na calçada pra viajar
Frango defumado é o que tem para jantar
Enquanto a novela ensina formas novas de amar
Amar?
Trair e coçar é só começar

A trilha sonora da vizinhança
e o fugaz sonho morto da criança
"MISERÁVEL!" Mamãe grita com seu filhote
Como um leão devora seus filhos num bote

Inventaram formas de expor a beleza nua
A carne é fraca, e a alcatra está crua
Milagre é comer carne no meio da crise financeira
Cunhando medalhas... De Uma política sem eira nem beira

Patrocínio... patiação
Pós-modernismo...
Casado com a ilusão

Poetz I

Não sou Olavo Bilac
Para poetizar sobre a beleza de naturezas mortas
Apesar que alguns vasos, principalmente gregos
São deliciosamente lindos e cheirosos também
(Alguns com o perfume e a fragrância da poeira, decerto)

Mas eu prefiro poetizar
Sobre as pernas lisas e morenas
que caminham de verdade pelo calçadão de Boa Viagem
Ou sobre o coqueiro que dá coco aonde amarro minha rede
Sobre meus cachos rebeldes que balançam ao vento
e a inquietude dos povos que não desfilam em paz
e gritam: "Impeachment!"
e mais algumas palavras gringas que a gente mal entende
"50% OFF", "For Sale", "IBOPE"
Ops, esqueçam a última

Eu poetizo mais a vida
que não tem regras ou rimas, como esse poema
Ou será que tem alguma?
Dilema...

Negata



Negata
Negritude em seus olhos, seu corpo
Gata
Gatuno queria ser eu e raptar seu coração

Negata
Negastes meu zelo por teu modo de agir
Como gata arredia
Se alisa em minhas pernas e foge e arranha e despreza

Gata Preta
Que azar o meu, azar o seu
Cruzar no meu caminho e estragar tudo ao redor
Sem dó

Negado
Meu coração não é gado para ser abatido
Pelas suas negras intenções
De assaltar meus sentimentos e me escravizar

Nem, gata
Tão bela, tão tola, tão perdida e fechada
Teu coração não quer ser conquistado
Nem saqueado, Mulher-Gato que roubas esperanças

No, cat
Nocaute não conseguirás nunca mais sobre mim
Vá ciscar em sua caixa de areia
E torcer pra suas sete vidas não se perderem em vão

Sal

Cal


(Poesia em homenagem à "Amor" de Oswald de Andrade, escrita em 2004, como uma brincadeira, e ao mesmo tempo com um significado obscuro. Raciocine e tire suas conclusões).

sábado, 12 de dezembro de 2015

Nova Visão Para Todos



Só queria a cura desse vício
Essa saudade, esses vampiros
Sugam o sangue de todos nós
Meus amigos estão procurando emprego
Eu também estou, e só Deus sabe quando vou descolar

Há uns 10 anos atrás estava tudo mais simples
Meus versos eram tão mais infantis
Mais crédulos nos sonhos serem a luz do futuro
ao invés das velas apagadas daqueles bons tempos mortos e enterrados

Saudades, sim, da adolescente beleza
Das musas das estrofes, amores platônicos
Charges dos professores e alunos
Escadarias, banquinhos, jardins
No azul do nosso panorama à nossa frente

A verdade tem que dizer... o tempo passou, mas o amor é o mesmo
Boa Vista essa, ou nem tanto assim, sei lá
O esquadrão do nosso 3º Ano continua vivo em algum lugar
E o amor, que é o mesmo, mais do mesmo
Nos caminhos, retos, curvos, vetores, direções e sentidos
Tomamos diversos coletivos diferentes
mas a esperança ainda é a mesma:
que o filme de nosso viver seja muito mais belo
que o amor de Dom Casmurro por Capitu
ou de Dom Quixote pela bela Dulcinéia

Final feliz é algo clichê demais
Afinal... quem mesmo quer enfim que nossa história tenha fim?
O colégio pode não estar mais lá
Nossa sala pode não se reunir mais
ou mesmo dividir as mesmas mesas pra lanchar lá no cursinho
mas nossa história nos unirá para sempre.

"Eu sou metal, raio, relâmpago e trovão"
Somos indestrutíveis enquanto esquecermos
o que significa a palavra "desistir".



- Homenagem aos 10 anos de formatura do 3º Ano do Panorama 2005.

V de Você

Você, vocezinha
Tão meiga
Jovem, bela
Tão cheia de defeitos
Eu também, meu bem
e não meu mal

Fico pensando vc
Tão aí na sua e eu no meu
Posição e ponto
Entretanto
Não sei pq, sinto algo
Em você, por você
Diferente demais
A mais do que eu quero
Não te amo ainda
(Claro, o tempo ainda foi curto)
Mas certamente sei
que gosto de vc,
inda que nem saiba pq

13/07/2006

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Pássaro do Mangue


Meu maracatu atômico explodiu no meu peito
Retumbante retruca o timbau, tamboreiro tanque
Detona e retoma minha sexta-feira tão perdida
Revelando à revelia o que velava sem vela para ver
No mais profundo do interior dessa carcaça eu
O malungo se amaluca no meio do mangue
Cansado de ser chié, arretado com esse lamacê
Querendo avoar mais alto que urubu

Cansado de tanta gente com suas tesouras de negação
Insistindo em castrar minhas asas fora
Eu não sou a graúna de Henfil, que no chão morrerá sem voar
Não, eu posso sair da minha gaiola de desilusões
Reinventar as rodovias e ferrovias do céu azul
E ter alguém que invés de abortar minhas viagens
Venha voar comigo, migrar pra outros continentes
E encontrar um bom lugar pra nidificar e lá morarmos
e nossos filhotes criarmos com muito amor

Como um guará, um pássaro alado da beira do mangue
Sou eu querendo flutuar na beira-mar de Rio Doce
Sair dos buracos de chié e ir além do que hoje vejo eu
Retumbante atômica mutação, do cérebro ao coração
Inté em teu ninho me aninhar, me esquentar
Nas tuas penas me perder, em tuas asas...
Sem parar
Sem ponto final

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Poetizia Mega-Power-Trans



(Subtítulo: Projecto 2006.0 de Sete de Augustus pelo senhor daqui do papel, João Dias Johnny)

I - A Unha do Pé do Homo Faber
(07/08)
Passa amanhã!
Eu grito sem valor
Força per capita nula
Status anti-quo
Laboratores
que nada têm
Apenas a dor de si
Jogadores de bicho
Será que vai dar
1176 na cabeça?
Eu jogaria 1936
O ano da cobra
Hum.. o que teria nesse ano
Sei que um ano depois
ou será que são two?
Guernica foi pintada
com tintas de bombardeio
Por isso é que se diz
que o homo faber
Não é o homo sapiens.
Em Paris vimos revoltas
Ano passado a Conde da Boa Vista
Teve à vista dela uma má vista
A "politícia" pagou à vista
O preço de R$ 1,65 o vale "A"
(E quem diria... quiçá 2015 sejam 2,45)
Cálculos renais me dão
os tais cálculos ideais
que me fornecem o Ibope
E o cálculo integral
matem a matemática,
mas não me matem
O MEC poderia ser chamado
de Merda Educativa Completa
E é por isso tudo que o Faber não é Sapiens 



II - Verde-musgo Pulsante 

Poeira e pó
Tudo é tão igual
Mas não vejo em nós isto
"O que é isto?"
My smile is a scarecrow
E me disseram que morri
Que tinha parado de ser um aedo
Mas um trovador não se cansa
Jamais morrerá!
"Punição para os punis!"
ou para o Cedro do Líbano
Pelos poderes do sangue negro
Morticínio escorre
Corremos a-toa (à toa)
Quando eu ouvi falar "Greenpeace"
Ah! Lembrei da paz
A paz que teus olhos me trazem
Verde, ver de novo você
Você me ver de novo
Clarificar-me com your eyes
que só não me ofuscam tanto
quanto The Shine of Jesus
But, yeah, your eyes have light
Você é diferente
O que será que existe
na tua mega-power-trans amizade
que me é mui amiga
A paz de teus olhos
é diferente da "paz vermelha"
FIRE ON THE CANNONS!
O disparate do disparo de uma ogiva nuclear
mas você ainda me faz poetizar
Flui em mim o manto de teus cabelos
Teu desafio me desafia
Abriu o sinal verde
Queria absorver tua clorofila
Você atrai e emana a luz
Entramos em ponto de fusão
Já não mais discirno o que do que não é que
Os porquês se destroem
Não vi de cima do monte das Oliveiras
mas tuas olivas são belas
Profummun que viaja
das narinas, escala no cérebro, gol no coração
E aí volto a indagar
Sei que pouco sapiens sou
mas te sei de maneira tal
Que nem sei pr'onde ir
Uáaaaa! Que Sono!
Até amanhã, se Deus quiser
E talvez volte a te ver


III - Intermission

SENHORAS E SENHORES:
Pisca o terror dentro de nós
O amanhã talvez vá morrer
Como eu também possa ter esse fim
mas não é o fim
Nem pra mim nem pra ninguém
Ou será? Ou não seremos mais?
Molhada a mão do Pillatus
Deixaremos o resto pra tomorrow


IV - Um novo drama
(08/08)
Voltei
Aqui no ônibus
Sem muita novidade
Ah! Amanhã meu pai faz 52
E eu tenho quase nada
para lhe ofertar
Sonorizador... tritritritritri
 O que tenho eu aqui?
Escutando estas coisas
Com cheiro de fezes
Oxe gente!
Nada no cinema hoje
Nenhum drama no teatro
O coliseu está vazio
Os leões estão mortos
As diversões são nulas
Cassetes no Planeta
Quem vai me fazer rir?
ou chorar realmente de emoção?
Hoje o dia não quer acabar
Hoje eu quero comer uvas
mas quem mas dará?
Sede, tenho
Morte, ela um dia vem
Vida, quem pra sempre tem?
Coisas que vi dentro de Deus
e nem sempre dentro de nós
Aos trancos e barrancos
mortos, talvez estaremos
será que a vida conheceremos?
_______Trailer________
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V - A Quinta Cruzada

...Hum
Vejo os cavalos correndo
Seria o apocalipse?
Nos gibis seria o Apokolips...


VI - WWW
 (09/08)
Eu sou gracioso
Eu amo o amor
Te amo sem saber porque
Ou o que me faz necessitar
Ao lado vozes
Algumas tão vazias
que nada acrescentam
ao aniversário do meu pai
mas não importa
Permaneço te admirando
Anteontem mandei uma mensagem
O celular teu anunciou minha chegada
Ha! Ha! Ha!
"Que amigo vc, hein?"
Brincar é nessas sadio
Um contacto de alegria
Assim faz os lábios:
 ͜ 
Pensai então
na beleza da rara dionéia
Donzela, "que apesar de assassina"
permanece bela
Sonhai...
com a bonitez
da "libertas" aqui conosco
Onde você vai estar hoje?
Perigo! Meu alarme cardíaco
Me alarma pra cautelar-me
Se a pena vale te buscar
Se a luz é bom de olhar
Aquela luz verde, green
A minha peace natural
Oh! Deus, me mostra, pois
Se estes versos são loucura
insanidade total
A imperfection, I
A ingaia science
A indigna Humanis
O espécime eu
Eu também eu
Eu busquei não ser nulo
mas o que é isso?
Mas uma coisa é certa (ou incerta)
Eu te gusto mucho
Deixei de ser o macabro
e, não sou nulo
Você, te ver você
graças a você
Posso ver
Não fosse Deus em 1º
E vc tb
Quem eu era então?
O macabro, bizarro, bizonho
Opa, bizarro: 1 - Pessoa legal
(Dicionário Aurélio)
Será que vai dar praia?
Lá em pracinha às 21?
Você é uma "mores" pra mim
Uma regra sacra
Um tesouro diferente
Será esmeralda em extinção?
Uma flor "inacessível"
Mas quer doa ou não
Eu tentarei te acessar
Não importa as horas que gastarei
Vou em todas as homepages
Não interessa
Vou te buscar
mas calma.. baby...
Vamos esperar mais um pouco
Deus tem o tempo certo pra tudo
e todos temos que esperar
Grande Eclesiastes 3.1
Fala pouco e tudo
Então paciente buscarei a Deus
No tempo certo Ele dará uma luz maior
Manda
Manda
Vamos caminhar com Ele
(...)


VII - E...  


Você acredita em
ponto final?
Eu não...

Poema escrito entre 07 e 09 de agosto de 2006. As partes sublinhadas foram acréscimos feitos posteriormente.  Homenagem ao amigo Mário Julião, que acompanhou a elaboração desse épico e me deu o apelido jocoso de "o vomitador de versos" (risos).

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Mar de Esfinges


Corações... eternas joias enigmáticas
Desvendá-los, desafio dos mestres
Paciência de jogadores de xadrez
Desembaraçar nós e camas-de-gato
Mapas antigos, astrolábio nesse oceano
Mar de esfinges belas que mal se revelam

Algumas nos devoram
Sem dar-nos oportunidade alguma de as decifrar
Destroçam nossas esperanças
Por puro prazer de provar nosso sofrer

Mas existe nesse mar tão extenso
Aquela esfinge especial que te espera sei lá como
Que saberá te mostrar com carinho
Os caminhos para habitar no seu coração

Abre-se o mar para transpassarmos até a terra prometida
Onde as uvas são maiores e mais doces que do mundo todo
Mel e leite escorrem das montanhas, carneiros brincam de escalar
Enquanto saltarei pelos montes ao seu encontro, minha esfinge
Que no afã de te decifrar você me decifrou, me revelou
Desvendou os míopes olhos meus para a imensidão dos seus
Me permitiu mergulhar no seu mar, te respirar
Enigma, fechadura aberta só pra mim e ninguém nunca mais de novo.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Interrogatório Monologal


Queria te conhecer
Mas nem sei
Se sei quem eu sou
Tenho medo
De perguntar sobre vc
De responder sobre mim
O que é que eu faço, amiga?

Eu gosto tanto docê
Mas o que fazer
Quando se não sabe o quê?
Vivo de tantos "X"
de tantos "V" e "F"
Mas cadê a resposta enfim?
?????????????????????????

11/07/2006

1 Um Poesia


Bolhas de Savonette
Ponteiros de relógio
Tento falar no célula
Ops, celular
Point, point...

De frente pra tela
Preso na cela
Cadê ela? (Que ela?)
Um ser dessa terra

Oh! Guerra!
A terráquea que nem parece
Parece marciana, marciana
Seria uma Ana?
Sicrana
Uma fulana que não é beltrana
Ventania
Folia?


11/07/2006

sábado, 5 de dezembro de 2015

Podendo Poder o Poder


Rei, Imperador, Sultão, Califa
Vice-rei, Príncipe, Arquiduque
Conde, Barão, Visconde, Duque, Grão-duques
Presidente, Primeiro-ministro, Governador
Xá, Xeque, Faraó, Ditador
Senador, Censor, Representante
General, César, Dominus, Marechal
Kaiser, Czar, Duce, Führer
Triúnviros, Cônsul, Tetrarcas, Procônsul
Professores, Bacharel, Mestre, Doutor ou pós-PhD
Diretor, Gerente, Supervisor
Juiz, Patriarca, Síndico, Credor
Papa, Padre, Bispo, Sacristão
Pastor, Apóstolo, Paipóstolo ou sei lá o que
Estariam todos ajoelhados ao incumbente-mor
O dinheiro, Mamom, mestre dos ventres das sanguessugas
"In God We Trust? Deus Seja Louvado?"

Poema originalmente escrito em 2004 com o nome "Money Power", e refeito com novo título e alguns quesitos a mais.

Entre Dois Rios






Entre dois rios, a distância é tão grande
E ao mesmo tempo, tão curta
Basta eles se beijarem na sua foz
Desaguar juntos e abraçados em amor

Queria aprender a voar
Rápido como uma harpia ou um condor
Pra encontrar você na margem desses rios
Amar você inté não ter mais sol pra raiar

Você chegou de repente, tão de longe
E tão perto me sinto ao ouvir o teu falar
Tão delicado como o assovio de um sabiá barranco
Dando psiu perguntando por mim

Ah, que bom será o dia que virá
Quando nossos rios se juntarem também
Você, tão bela paisagem, tão amazônica beleza
Paraíso tu és para quem sabe o que é felicidade

Quero um dia contigo desaguar numa só foz
E quem sabe viver assim um amor de verdade
Cantar para nosso Criador a uma só voz
A beleza de ser um só, verdadeira liberdade

Cruzes Credo!


Puritanismo, falso moralismo
Fé guardada em frascos especiais pro momento que me é favorável
Jogar na água, dissolver, aquosa, Nescafé instantânea
Na fazenda as plantações são de pragas devoradoras
Crente na descrença de sua pregação que prega pregos de crucificação
Nas mãos de quem não deveria ser
Recrucificar o Senhor todo dia ao pagar de falso messias
Dando um show da fé de pé sobre as costas dos bestas
A Besta-Fera apocalíptica assentada no templo de Salomão
Apóstatas apostam nossos lombos de cavalos e burros
em quantos apedeutas apegarão-se à sua autoproclamação de apóstolos
Vitória em Cristo em crise de visto pra chegar
Porque o contrabando não conseguiu aos céus assaltar
Contra a banda de lá, se bandearam os bandeirantes da utopia
Achando que pras bandas de cá vai ter rock pra celebrar
Cérebros dos célebres insistem em querer usurpar o reino celestial
Reinam na terra sem avisarem a ninguém de sua unção
Uns são, outros não
São e salvo estou dessa teocracia de papelão
Em que Deus não é Deus, pelo menos pr'esses crentes ateus
Que dizem "Deus sou eu" e bruuuuuuuuuuuuuu...

"Dizem que sou louco por pensar assim..."
Que loucura!
Viajar na maionese as vezes me dá um sanduba muito saboroso
Do Pão do Céu e seu Vinho Novo, sabedoria sabor leite e mel
"É melhor não ser um normal..."
Numa oração poetizar inté no céu chegar
E desse curral de sábios que não sabem de nada
Escapar

Porque aqui há muito tempo não é mais o meu lugar.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Muito Além desse Beco


Se decepção fosse ouro
e desprezo diamantes
Eu seria mais rico do que Salomão jamais foi

Minha longa cabeleira não ostentaria alguns brancos elementos
Nem minhas olheiras seriam minhas

Se cada fora fosse condecoração
E cada desalento fossem medalhas
Nenhum marechal de guerra ostentaria tanto em seu peito
Os diplomas da morte diária

Neblina nos céus
Beco sem saída
Fundo do poço
Estaca zero
Game Over
Try Again
Goodbye
Go away
D
á

o

f
o
r
a
!

Mas a esperança tem asas e canta e encanta em seu esplendor verde
Como as florestas cobrem todo os seus arredores e vence a negritude
Nos meus olhos míopes enxergo que não estou no fim de tudo
Um disco voador, uma luz no fim do túnel sempre haverá
Como Manuel Bandeira, tudo que eu vejo é beco
Todo beco daqui dá pra se encontrar
Senão uma saída, um lugar pra se perder e se encontrar com você
E por mais beco que seja
Ainda vejo resplandecer a paisagem, a glória, a baía e a linha do horizonte
Apontando todas pra saída que dos céus advirá
Amor Eterno que me confortará
Devolverá um calor que eu nem lembrava mais que existia
Apaixonar.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Desabraços


Infausto, nefasto
Devastadora tempestade desatinada
Descabimento, Desalentamento
Será que cê num vê que eu num me divirto com isso?

É tanto lengo lengo, nenhum pingo de dengo
delengo tengo e desmantelos afins
Nesse circo de um monte de atrações não sei sorrir
Porque o bobo-da-corte dessa rainha sou eu

Teus dez abraços que tu me deu a vida toda
Num valeu nem por um beijo escarrado de Judas
Desabraça, desembaraça-me, desgraça de mim mesmo
Pára de tornar minhas noites em desagravo

Tua fotografia tão bela não esconde de minhas vistas
O que minha mente fotografou de imundo de suas palavras
Suas ações cantadas e decantadas em soluções suicidas
Seu próprio veneno ainda irá te liquidar

Infantil... fugistes do jardim-de-infância
E deixou seus brinquedos e suas bonequinhas por lá
Não sou um boneco de massa de modelar
Que você esmaga e pisa quando te dá vontade

Minha cabeleira inteira se atemoriza quando lembra do seu nome
Esquisito igual você é
Como um louco corredor embriagado em plena Conde da Boa Vista
Você corre louca mente nas suas soluções psicóticas

Psicopaticamente sociopata, pata após pata a pata choca
Rodopia relampia esse pião doido
Gira gira, nunca sai do canto
Você tonta e gira cai e morre ai sozinha

No piar da coruja e no gorjear do corvo à noite
O enterro da tua última quimera precede o teu
Solitária rosa que se achava tão melhor nesse jardim
Secou e rapidamente arrancada assim foi

Cicatrizes e marcas você deixou na minha tez
Mas ao menos de vez eu me livrei de suas correntes
Você, tão estúpida, pensou em até mesmo me decepcionar
Agindo como o que? Uma daquelas mulheres da Praça do Diário?

Prostituta mentalidade que me dá pena
Você não cresce, não floresce, apenas espinhos você produz
Ainda irás te furar tão dolorosamente
Que teus desejos serão empalados totalmente

Burra
Como minha paixão foi tão, burra
Sabe o que é pior?
É que você tinha a Mega-Sena premiada e picotou em confetes

Jogou ao vento o amor da sua vida
Nunca mais vai encontrar um alguém tão doido por você assim
Capaz de fazer coisas tão legais por você sem nem pestanejar
E empestou todas as esperanças de meu ser com lixo

Até suas amigas devem ficar chocadas com sua insensatez
Desfaçatez de ser tão apedeuta, tão acéfala, tão mentecapta
Escapuli de tuas presas, víbora magricela
Pois minha sagacidade de serpente é maior que você

Meus elogios pra você não valeram uma nota de 3 contos
Do meu ponto de vista, desconto o teu conto de fadas
Bruxa que morre no fim, como sempre, final infeliz
The End pra nós dois, graças a Deus, cabou de vez

Um poema tão grande
Pra um verme tão minúsculo como você
Onde que eu tava com a cabeça?
Você não merece sequer duas palavras: MORRA SOZINHA!

(Inté porque você é tão burra e nem valor me dá que nem vai ler essa merda mesmo...)

Nota: O poeta chegou a pensar em colocar "sequer três palavras", mas a expressão que iria sair não seria das mais poéticas...

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Frias Águas de Frescor


Ainda segue firme na minha memória aqueles tempos passados
Em que no velho Voyage branco passeávamos tão felizes
Isaura Carneiro da Cunha, ruazinha aconchegante
Cruzando como tantas a grande Regeneração
Numa casinha de muro de pedras, lá estava vovó
E sua cadeira de balanço que eu disputava pra me assentar
O caminho no meio do jardim onde com minhas primas brincava
Casa grande, com muito espaço e até beco pra pique-esconde
A velha cafeteira que um dia vovô fazia suas tardes
E tomar banho por lá, em dia de calor, ah que frescor!
Chamar aquele bairro de Água Fria fazia todo sentido
Mas era alívio certo pra quem queria relaxar
E comer naquela velha mesa de madeira antiga e conservada
Inté numa rede no quintal se balançar

Ah que saudades que me dá!
Quando tanta coisa era tão mais fácil
Mentira era coisa de novela
E o amor não era pura encenação
Era só eu no colo da minha querida e saudosa Eni

Casa de Reboco e Retoque dos Lábios no Quintal



Vontade que me dá de cherar esse teu cangote
Piração de você, minha presa, ai tão perto
E eu como serpente sagaz doida pra dar o bote
Miserere Nobis, ficando na vontade e esperto

Pra cabar com essa seca de amores e paixões
Essa fechaçao de céu que vicia tudo na miséria
Dar fim nessa fome de beijos, rebimboca explosões
Anunciando que foi-se imbora a nossa querela

Num se acaba a crise dos corruPTos de plantão
E os jornais continuam a desgracença veicular
Mas num chora, beija esse lábio chei de paixão
Pra ter força pra essa doidera insana enfrentar

Cabar com a mágoa que rapou minha esperança
Ôxe, e num é que dá pra gente, oh gente, acordar
O sol num morreu, não pra sempre, minha criança
Inda tem luz pra nós jantar, pra nós andar, pra nos amar

Prepara um banho de cheiro nesse nosso salão
Pro rastapé pisotiar esse fulô, esse nosso dissabor
Vem, e vamo ver a divina criação, oh coração
Cabar com nossa inimiga solidão, nossa velha dor

Cabousse!

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Erosão de um Homem


E se desvanece como pedras se desgastam ao vento
Pouco me importa agora o seu estúpido lamento
Meu valor é muito maior do que o pouco que você me relegou
Agora sofra sem ter o mais puro amor meu que você negou
Duvido que aches tão cedo, ou até algum dia
Alguém que cuidasse de seu jardim como eu sabia
Alguém que valorizasse quem você era por dentro e fora
Perdeu tudo nessa roleta-russa que você morreu, adeus, fui embora
Erosão de um sentimento em cinzas e pó
Eras "tão boa" a si mesma e vai terminar só
Por ignorar quaisquer sentimentos como uma criança mal crescida
Lenta morte em erosão é o que te restará nessa idiota vida
Se agride a teus olhos o que falo de dentro de meu coração
Vá se ferrar você e sua imbecil opinião!
Já sou ignorado a anos mesmo, nada do que eu falo dão valor
Então vão à merda com o valor e se escandalizem, por favor!
Esse poema não é de amor mesmo, é da minha erosão
Da areia movediça que sugou toda a minha afeição
Afeição por um alguém que nunca valeu nada
E que eu como estúpido, vejam que piada
Achei que poderia me fazer muito feliz
Que sorte pra mim, escapei por um triz
Sua criancice ultrapassou o limite do meu pensar
Num preciso mais ser idiota de te aguentar
 
Serei feliz com outra pessoa a qualquer momento
Já você... acho que do jeito que anda
Com essa sua estupidez, mente que te desanda
Sua erosão, sua solidão será seu completo e eterno tormento

[Nenhum pedido de desculpas a quem leu e não gostou]