Textos poéticos/contos/crônicas todas terças, quintas e sábados... ou quando a inspiração mandar...

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Comedoria de Nádegas Holy Shit

"Your face, your ass, what's the difference?"
A verdade é que é isso que vejo por aí
Bundas que são mais marcantes que o rosto das pessoas que as expõem
E bocas que soltam mais fezes que seus respectivos órgãos anais

"Dane-se o amor e viva a ousadia" (gemidos em acompanhamento, please)

O fogo que vejo por aí faz o inferno parecer um lugar tão geladinho
Não quero esse calor pra mim nem com a desgraça

Eu sei (e como) que amor é difícil pra cacete
Mas a escolha mais fácil é uma deliciosa forma de autodestruir duma vez nesse mundo
em que a gente só se importa no fim com o orgasmo mais fuderoso e nada mais

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Demerdocracia (ou Como Destruir Ainda Mais um País)

Dizem por aí que esse papo de "minha geração era melhor que essa" é balela
Que é choro de velhotes incapazes de ver os avanços dos sucessores
Os sucessos deles, se se limitam ao material, quero mais que se explodam!

Geração que não aguenta um minuto de discussão, já transforma em confusão
Geração que cospe nos pais e aborta os filhos de antemão como sua solução
Geração que consome seu cérebro com ervas, drogas, bebida e badalação
Geração que reclama do governo, mas caga na urna um voto sem noção

Picham paredes e portas que Pedro Pedreira pintor pintou e se putou com tal putaria
Dizem defender a sociedade, mas a demolem por dentro e por fora, que defesa de merda é essa?
Se é essa a democracia que vocês defendem, o "poder por povo", mas só pro SEU POVO
Então se dane essa demoniocracia, pior que tudo que já vivemos em mais de um século de cabestro
Democracia? Meu p0vo!

Continuem a fazer melhor o papel das traças de Brasília e das câmaras de dePUTOdos e vereadores
Entre outras raças de vendedores de ilusões que vocês veneram mais que os santos da Católica
Gramsci do inferno deve rir satanicamente do stand-up de seus imbeceguidores cegos
Da demerdocracia ditatorial ateotáriana feminazista filhadaputista que destrói inda mais esse país

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Alegria, Prazer, Felicidade... do meu lado quem sabe

Eu te vi, você apareceu tão do nada e me fez ficar a sorrir
Mesmo sendo tão diferente, com tanta coisa diferente de mim
Por que o coração curte essas pirações? Por quê?

Pra ser sincero a você nem eu mesmo sei pr'onde vou nem donde sou
Até os que creem na mesma fé que eu relutam em crer que creio eu
Não me encaixo nem nos antigos da fé, nem nos novos, sei bem
No final eu acho que tou perdido em mim mesmo, ou são os sentimentos?

A civilização sentimental parece morta, mas não pela razão e sim pelo irracional
Pelo instinto carnal que nos impele a desejar o corpo temporal acima da alma eterna
Meu choro é porque não sei se também te vejo apenas assim ou desejo algo além que sei que tens
Ou será que só desejo que tenha? Ou poderia eu despertar isso, não sei, não sei de nada

Meu Deus, me sinto um inútil que não sabe nem ser alguém, nem ser alguém pra ninguém
Ajude-me, me torne uma mísera estrela, quem sabe ilumine o caminho de alguém
Quem sabe para poder visitar esse meu tão tolo coração, quem sabe seja você que queira me achar

domingo, 18 de dezembro de 2016

Politicâncer

Caçadores do que fazer por falta do que
Em seu anseio do chororô de não se ter
Nenhuma razão pra realmente viver
Sua ilusão é seu único rumo que se vê

Bocas do inferno atualmente não são críticas e sim papagaios de pirata
Repetindo repetindo repetindo as mesmas coisas sem reflexão, suposta devoção cega
Alguns falam "Os operários não têm pátria", mas choram por falta de aumento do governo
Outros gritam "Temos de ser cruéis. Temos de recuperar a consciência tranquila para sermos cruéis."
Demonstrando em si mesmos que não objetam o bem, ou o absurdo argumentum ad Hitlerium
Me perdoe a Lei de Godwin, mas no hay que endurecer, asi perderia la ternura ahora

ad nauseam ad nauseam ad nauseam ad nauseam ad nauseam ad nauseam
Qual o mantra que você repete agora, como um tumor maligno multicolorido e multipartidário?
NÃO VAI TER GOLPE ou DEIXA O HOMEM TRABALHAR?
CONTRA BURGUÊS VOTE XVI ou MEU NOME É BABACA, LVI?

O vermelho e o azul e o verde e o amarelo e meu estado de luto
Nenhuma cor desse arco-íris me dá uma luz no fim do túnel chamado Brasil
Pois cada dia mais esse túnel parece-me não ter norte, só o fundo do poço
E ele me parece quente como o inferno, cheio de demônios festejando em xícaras monumentais
"Pra passar tens de nosso pedágio propinístico pagar"

Enquanto o povo corre a passos largos dividido por muros, mas pulando no mesmo abismo
O abismo olha de volta pra gente e diz "obrigado por continuarem com suas fés em ideias mancas"
Todo "ismo" e seu ilusionismo que a ideologia que Cazuza pedia uma pra viver
Eu vejo homens tomando doses homeopáticas ou alopáticas dessas para beijar os lábios da morte

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Sem Verbas Para um Bom Título

A cada dia que passa, semanas, quinzenas, meses, anos, lá se vão
Não consigo mais encontrar conexão minha com nada do que vejo
This world drives me crazy, drives me insane
Meus gritos de pânico em pane deixam meu coração
Pois há 55 chances de minhas próximas duas décadas serem paralisadas em decadências

Na atual idade que estou não dá mais pra desafios virtualmente reais
A pegadinha da morte, dá morte, mundo bizarro, zorra total, fatal
Enquanto isso continuam algumas a expor o que então deveria ser inexplorável
A troco de tão pouco que tampouco dará um milésimo de segundo de satisfação definitiva
Somente a desilusão, decepção e outras negações que ultrapassam os velhos nãos

Não há salvação nesse lodaçal, nesse pantanal, lamaçal, areia movediça
Nosso passado e presente sem futuro gritando lá fora por socorro um grito de silêncio morto lá dentro
Os arrepios que sua carne causa na minha suor oleoso fragrância metano putrefação
Não reconheço nenhum governo, golpes murros socos explosões inflações e infrações
Tudo isso e mais uns hematomas me tomam a esperança de ver alguma solução a não ser venenosa

Não sei mais o que fazer dessa vida
Talvez o grito de Maranatha seja o que me resta somente, pois de resto já estou rouco de gritar
E de dedos osteoporosos e juntas artritosas de tanta escrita desprezada por vocês

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Serafim Rubro

Meu serafim... com seu rubro passo
Quero ouvir o seu canto suave, aquele que você emana para o Criador de sua beleza
Queria tuas asas me cobrindo, me dando conforto e me fazendo descansar
Enquanto contemplo cada fio de cobre que desliza de você

Brincar com esses fios... que passam por sua pele, clara como a luz do sol
Iluminando meu viver, eu me alegro todos os dias ao te fitar
Queria muito que o Senhor de todos nós pudesse me trazer você
Mas eu não sei se o destino Dele me quer contigo

(Poema meio perdido no tempo, feito em agosto de 2016)

Tumor Maligno (Humanidade)

Conheci diversas belezas, paisagens e também terríveis miragens
Eu cansei meus olhos em tudo isso e não me satisfiz jamais
Diversas tolices, preconceitos, distorções e blasfêmias S/A
Nossa promiscuidade diária agora é base para classificar a divindade

Estudar demais parece-me agora uma bela forma de enlouquecer
Tanta sapiência adquirimos, tão pouca solução esse monte de esterco nos dá até hoje
Saber tanto pra não saber sequer onde usar essa sabedoria estúpida
Tal qual a belezura de tantos e tantas que se resumem à fétida futura carniça imunda

Ciência e logia, tomos do abandono da consciência de nossa eterna dependência
Ideologias políticas, polígonos da confusão e da ilusão sanguessuga e cancerígena
No final todos terminam sentados em sua poltrona com correias e camisa-de-força
Aguardando pela papa envenenada e emburrecedora logo depois dos comerciais

Nosso simbolismo permeado de perversões e contradições
Nos levam à conclusões precipitadas, pulando no precipício
Tão perigosas quanto o tradicionalismo cego, surdo e manco
Apenas percebe-se que de nós unilateralmente só provém tolices funestas

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Religare Divus et hominus

Ano após ano nessa longa estrada eu vejo
Quantos tropeços, quantas ruínas deixei pra trás
Minha jornada de percalços sem precauções
De erros profundos e arrependimentos a mais

"Time after time, we make the same
Line after line, when will we learn"

Preciso de mais ética e menos estética
De não julgar maracujás pela casca
Nem humanos pela aparência
Tampouco amores pela beleza
Mais do íntimo e menos do exterior
Pois "o amor, sim, reinará, mora além do espelho a revolução!"
Mais intimidade e menos obscenidade
Pois além da carne fétida existe um interior implorando por ser valorizado
Mais verdade e menos hipocrisia
Quando caem as máscaras e o pano do teatro, quem sobra debaixo de sua maquiagem?

Quero apenas marchar para O Melhor Caminho que vem dos céus
O que se foi, já era, agora uma nova era, não a de Aquarius, mas a do Sol da Justiça, em mim se fará
E tudo de melhor e maior será, basta não parar, nunca olhar pra trás!

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Dia de Ação Desgraças

O que você tem a agradecer hoje?
Ou será que nunca agradece mesmo por nada
Escolher um dia pra levantar as mãos pros céus e dizer obrigado pra que deus que você quiser
E passar os outros 364 (ou 365 se ano bissexto) dando uma banana pro Criador do Universo

Alguns politicamente "corretos" vivem num moralismo hipócrita
Outros politicamente "incorretos" acham que são liberados pra fazer o que bem entenderem

E no final estamos todos sós, todos a sós, assolados
Sob a luz do sol nada de novo há
O que vou agradecer afinal, o que é que há?
Ou será apenas um perdão antecipado pras dívidas do Black Friday que amanhã virá?

O dia é de ação de que?
Não sei ao certo, ou será que saberão aqueles que lá vão
Num ecumenismo falsificado
E sabe-se lá pr'onde irá essa 

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Ribeirinhos Suicidas

A Felipe Marcos
 

Os do lado da margem avermelhada gritam palavras de ordem
Os do lado da margem azulada soltam bravatas e xingamentos ao outro lado
Enquanto isso navegando num rio de ouro e diamantes
Os ídolos de ambos os lados bebem vinho do Porto e comem caviar como pipoca
Vendo o filme dos ribeirinhos e aguardando pra ver quem morrerá primeiro

E você, que lado você está nesse riacho de suicidas?
Qualquer que seja ele, "no fim tudo acaba em destruição"





Inspirado nas obras  "Terra Desolada" de Felipe Marcos e "Política Literária" de Carlos Drummond de Andrade, além da música "Batalhas Cruzadas" da saudosa banda Kannibale de Paudalho-PE.

sábado, 19 de novembro de 2016

Final de Sábado, Sem Descanso

Inundado pelo Texas escuto
Stevie Ray Vaughan e um duplo problema hoje e sempre
Tá tudo blue, ou tá tudo blues, acho que a segunda opção tá bem cabulosa
No meu disquete de 3 ¹/² tá tudo fora do canto, desformatado e fragmentado

Tudo pede um fim de sábado muito igual a tudo e mais um pouco disso aí
Esse tédio que vem engarrafado ou num tablete
Ou oferecido gratuitamente num vídeo de Youtube, e o ofertante ganha a cada visualização sua
A cada dose de veneno do conta-gotas do cotidiano

Boas companhias tão difíceis pra cacete de se achar nesse mar de piranhas e moreias
E das que menos se esperaria uma mordida, logo a ferroada da arraia que eu tanto amei
Bem no meu coração
Me faz lembrar de versos perdidos de 2004, lá onde tudo começou e também teve seu fim prematuro

"Pensando como Stendhal
Vejo eu as flores do mal
O mal que vem de você
E de como pode me fazer sofrer"

Agora estou mais um sábado, sem o desejado descanso sabático
Ouvindo mais uma vez Bowie lamentar os poucos anos que restam dos meus lamentos também iguais
Sabendo que dificilmente outro domingo brilhante pode advir amanhã com o sol
Apenas poeira cósmica e de novo lembrar que sempre estás distante até do meu lado, infeliz assassina

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Soneto Inglês de Um Dia Feliz (ou um sonho perfeito)

Baladas românticas e sua capacidade de torturar almas solitárias
Não quero mais ouvi-las exceto se um dia tiverem algum destino válido
Um alguém que divida um bolo de rolo comigo juntinho
Mas a vida costuma me dar muitos outros bolos infelizmente

Mas eu ainda quero chegar naquela lanchonete com alguém ao lado
Pra dividir esse pedacinho de alegria comigo, porque vale a pena
Baratinho e docinho, bem perfeitos pra nós dois
Uma tapioca e um beijú, ou um beijinho quem sabe, por que não?

É só nós caminharmos, cantarmos, um velho rock daqueles
"Love me tender, love me sweet", de volta aos anos 50
Quando a sociedade tinha suas restrições, mas dava pra viver
Invés dos mimimis desse povo atual que se julga livre apenas pro que querem

Eu quero liberdade real que só quem ama conhece de verdade
E não essa realidade cujo autor de novela não sabe dar final feliz mais

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Emotic-Non

Falam de superluas e suas capacidades românticas
Esqueceram de avisar aos céus sobre mim disso aí
Ou na verdade os céus apenas nublaram em minha homenagem
A escuridão perfeita do desamor 💔

É tanta má notícia que eu perdi minhas esperanças cerebrais
Estou virando uma caveira, um morto em meio aos vivos, e não sei se muito louco 💀
Creio que na real seja eu um abigobal ainda crendo em boas novas
Será que ao menos do céu virá alguma mísera alegria em forma de maná?

¿

Isso parece-me tornar propenso a uma terapia intensiva, quiçá
Ou repaginar minha concepção de vida, ser menos emocional, mais racional
Independente de ser ⧬ ou ⧭, não importa a cor, emoções só pra quem merecer e merecer pra cacete
Pois um 💋 bem dado assim: 💏
Não se dá em qualquer boca seca
Tem que valer a pena demais da conta assim ó: 💑
Senão, guardo para você, detratora estúpida, os versos íntimos finais de Augusto dos Anjos
Abra sua boca e meu escarro será seu presente e alimento perpétuo

sábado, 12 de novembro de 2016

Tratado Acerca do Coração (Batendo Forte e Acelerado) - 2006

Nota: Originalmente um compilado poético e com desenhos diversos como um folhetim de jornal, "Tratado Acerca do Coração" foi feito em 22/08/2006 para uma pessoa que eu era apaixonado à época, sendo meu segundo - e até o momento último - compilado poético dedicado unicamente a uma pessoa - o primeiro fiz em 2005 e dei de presente para a correspondente musa da época, que só Deus sabe o que fez do mesmo. Algumas publicações desse texto foram removidas (o poema "Siglas Lindas" não tem mais o acróstico original nem o verso final; a introdução foi removida por não corresponder mais ao que acredito sobre paixões; o prólogo e um elemento extra foram removidos por serem direcionados unicamente à musa da época). De resto, são seis poemas resgatados de meus escritos dos tempos de faculdade. Espero que curtam, e vejam que a arte pode encontrar novas musas para seu objetivo final por si só.
P.S.: Ela não mereceu ler esses versos na época, e nem merece até hoje, portanto não mencionarei quem diabos ela era, também não me interessa mais, quero uma pessoa muitas infinitas vezes melhor.

Smiles and Smiles

De um lado a outro do rosto
Meu sorriso e teu sorriso
Obras de arte divinal
Sibilos e batuques
A entrada triunfal
É, você apareceu
É, clareou meu dia
É tão incrível reconhecer
Que I need usted

A Enigmata Ciência

Quando meus olhos te veem
Lembro de uns versos musicais
Quero te levar comigo
Para vermos estrelas
Sorrirmos juntos, felizes
Ah! Esse teu meigo e inocente sorriso
Linda, bela, meiga

Quero te conhecer
Desvendar cada mistério
Os enigmas que vejo em você

Ah! Também te direi
Tudo o que sonhei
Quero te revelar
Coisas que a mim até então era exclusivo
Para sermos assim
Como estes versos
Tão meus e tão seus

Só e tão somente só

Se um dia você ler
Tais declarações
Que você entenda
Que tudo isto é só
e tão-somente só
Pra ti

Siglas Lindas

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BOOOOM!

O que é ilusão?

O que é ilusão
Quando o coração está feliz?

Blues Orquestrado do Amor

Você é uma
Hum sou eu
Diferentes e tão iguais
Como as tuas mãos se opõem e se completam
Tantas linhas e pontos
Iluminações, pixels vivos
Átomos, moléculas, substâncias
Células, epitélio e todo o teu rosto
Arte de pintor incrível e perfecto
Não há um igual, espelho, retrato ou pintura
Um mural infinito
e teus cabelos louros ou ruivos
Não importa, eles são belos
São de uma beleza incribilíssima
Se movem como as asas de uma águia
Me querem levar
Como as pétalas de um dente-de-leão
Flutuam como pólen
Ah! Lindeza inexplicável
Nem minha poesia pode demonstrar
Nem nada saberia comentar
Ar puro... cheiroso
Perfumado por tua essência
Se assim é o cheiro, imagine o néctar dos teus lábios
O tempo, como lembrar dele
Às vezes chateia, mas eu espero
Eu sei que em Deus há controle
Controlei-me e sei que há tempo
Eu vou poder logo logo saber que juntos estaremos em amor, amor...

(P.S.²: Ou não...)

Campina do Barreto, Recife, 22/08/2006.

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Confissões Malditas II

Não sigo nenhum dos lados dessas moedas politizadas
Tão tudo errados e são a merma merda, fedendo à direita ou à esquerda
No fim quem tá na favela continua com medo de morrer ou de ter de matar
Os narizes ainda se enfiam na cola e o caviar ainda tá no prato do vagabundo em Brasília

Ninguém responde meus versos, acham que são o que, palavras vazias, cacete?
Acham que eu sou um vomitador de versos robótico, computadorizado?
Vão à merda!

Tô sim naqueles dias que se o inferno subisse na terra eu iria me sentir no paraíso
Iria pegar a frigideira do diabo pra assar os rabos de alguns indivíduos
Ou queimar minha língua imbecil que fala demais do quanto eu me sinto vazio e um nada sozinho

E tem gente que ainda consegue ser feliz casto, solitário
Não sei se o chamo de herói, gênio, corajoso, suicida ou um charlatão de bosta
Ninguém é feliz só nessa porcaria de mundo de individualistas movidos a internetismos

Eu me sinto um velho coroca ranzinza esclerosado osteoporoso e gagá num asilo
Cada vez mais perdido num mundo de garotos que nunca vão crescer
Ou será que eu que estou morto e não me dei conta ainda pra deixar me enterrarem duma vez?

Oh Deus, como eu sou um lixo enorme, como o Senhor aguenta esse pedaço de merda que sou?

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Inversoneto de Atropelamento

Menininhas e seus coraçõezinhos distribuídos para a ilusão dos inseguros
Alimento para o ego é a admiração dos inconscientes e desesperados
Impacientes buscam sonhos perdidos para sempre no seu choro irritante

Já eu cansei diss'tudo que esse tal de desamor trás à prisão dos augúrios
Meu anseio é de um mísero pedaço, um beijo de amor bem dado
Não as ilusões de crianças virtuais que cacarejam sua carne todo instante

Não sou vulgar, nem me esconderei em disfarces vãos
Sou um homem que cansou das alheias futilidades
Sou um poeta que quer entender o que danado é amar
Sou eu, um reles nada e ninguém, pra alguém talvez

Mas anseio o mais gostoso dos sims em meio aos nãos
Saco cheio estou de sonhar, realizar quero minhas verdades
Se você não quer ajudar, desejo que vá gentilmente pastar
Pois senão passarei por cima sem pensar mais nem duas vezes

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Adeus à Cerca das Ilusões

"Cavalos em Fuga", Norberto Duque
Quando meus glúons perdem seu contato, encaixe e colagem
e meus quarks e neutrinos se decomporem em traços invisíveis do quase nada
Meus mésons e elétrons se espatifarem e como pó ao vento forem espalhados por aí
Espero que sobre alguma marca de que eu passei por aqui além desse monte de versos a toa

Matéria morta tão qual a esperança de quem se foi sem a Paz que ultrapassa o entendimento
Tão vã quanto os esforços humanos e seus desgovernos os quais persistem e nos governar
O que os estados acham que fazem bem, posso como indivíduo fazer melhor
E não ser apenas estado, ser o ser, mesmo que não sendo Aquele que É o que É
Pois aí não seria mais eu, seria suicidar-me, luciferina apagando-se na cauda dos vagalumes

Os urubus invadem o mangue e eu estou preso na lama aguardando vivo seu devorar
Eles me colocam cargas, impostos, antolhos, cabrestos, planos econômicos,
partidarismos, ideologias, dogmas, doutrinas, etiquetas, confissões de fé, bulas papais,
governantes, chefes religiosos, limites amorosos, cheques sem fundo, bolsos furados

Haja ontem para tantos anteontens, e os amanhãs não nascerão nem hoje nem nunca mais
"I'm gonna break... I gonna break my... I gonna break MY RUSTY CAAAAGE
and RUN!"

Seria uma pena pra esse mundo de disfarçados à sombra da morte
Se eu me libertasse de uma pra sempre e ever correndo em busca do amor verdadeiro
Correndo pros seus braços, depositar minha colcha de retalhos para nos vestir em um só

domingo, 6 de novembro de 2016

Religiosidade ou Futuro (ou "Caminhos Largo e Estreito")

Perdemos tanto tanto tanto tempo
Tentando localizar justificativas para nossas miopias
E nossa surdez voluntária
Nosso autismo social, nossa dislexia para o que nos perturba e não queremos aceitar que falhamos

Regras de intolerância para tolerar a cara do seu próximo
Sua cara-de-pau não se dá conta de que os cupins e termitas a devoram
Junto com seu cérebro consumido pelas traças da religiosidade hipócrita e do falso moralismo


Perdemos muito tempo com mosquitos

Enquanto isso os camelos passam e nos atropelam
Deixamos o trem da alegria parar de apitar seu piuí piuí lá pras bandas de Piauí faz é tempo
Agora será que vamos ficar no meio dos trilhos só a lamentar?


Tá na hora de se determinar e conquistar o que queremos, sem forçar a barra jamais
Azar dos amores que não souberam me amar, agora vou amar quem e o que vale a pena
Você tá comigo? Vamo simbora!

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

(Re)Voltas da Vida

Toinhonhôin
Mola que bola que rola-rola
Olhar pruns cachos e me enrolar neles o tempo todo o tempo
Decola descola e cola em mim e não desgruda mais

Enquanto no mundo o povo perde tempo com direita ou esquerda
Eu quero apenas seguir em frente pro lado que vale a pena
Pro lado de alguém que faz sentido para mim
Ao lado do Senhor eu sei que há um lado bom nesse dado que não estará viciado

Meu cubo mágico desarrumado feito o armário do meu quarto
Nos míseros defeitos que temos não encontrar empecilhos para ser feliz
Isso importa mais do que esse bando de regras de uma sociedade tola
que infelizmente não olha pro seu nariz nem pro que diz de si mesma

É melhor viver de boa e não gastar a toa nossos sentimentos
Deixar que os tormentos e tormentas se acabem por si sós
A bonança nos dará o tempo certo de a gente se encontrar de verdade
Com a felicidade que só o Senhor tem pra nos dar

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Tão Pouco, Tão Feliz

A vida por vezes reserva-nos aqueles mínimos momentos
Tão simples e ao mesmo tempo tão marcantes
Que são os únicos que nos tornam felizes

Os meus são sempre que acordo e vou lá beijar minha mainha
Para acordá-la feliz para um novo dia

Quando estou escrevendo meus versos, poesias, sonetos, sextilhas e outros afins
Poetizando minha fé, crenças, dramas, conquistas, desilusões e sonhos de amores

Quando estou cuidando dos meus queridos bebês na creche
Um "tio" já se preparando para realizar o sonho de ser pai e criar uma nova e melhor geração

Quando escuto uma boa música, seja rock, metal, punk, rap, reggae, funk, gospel, soul, jazz, blues
Até MPB, samba, frevo e baião se o momento pedir pra forrobodear ou seja o que mais lá

Quando estou com meus irmãos da minha amada Extrema Unção
Em família de verdade como poucas vezes me senti em anos de fé; feliz de verdade sem dúvidas

E por fim, mas sem esquecer jamais de quando vejo o olhar de menina que vez por outra me encanta
E vejo que meus sonhos de ser e fazer alguém feliz valem a pena não esquecer jamais

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Teu Ser

Sinto-me tão só
Sem ter a Tua paz
Eu quero encontrar
Aquilo que me falta mais

O Teu ser
Dentro de mim
É o que me falta
Pra ser 100% feliz

16/10/2009

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Sextilha do A-Mar

Divinas impressões são essências do amor
Mas somos tão difíceis de sentir essa fragrância
Preferimos a cegueira do ódio e rancor
Em nossa autossuficiência e tola arrogância
Diferentemente eu digo sem qualquer pudor
Quero amar-te, eis aqui a minha maior ânsia

Por entre montes e vales rubros caminhar
Andar de mãos dadas contigo e juntos aprendermos
Um do outro e do Deus Criador do Amar
Vale a pena buscar assim cada dia a mais sermos
Se me fosse proibido assim de ti sonhar
Eu cometeria esse crime sem mais e nem menos

Em meio a uma geração de raiva e morte
Não estaremos nós nunca à própria sorte
Encaracolados rumo ao centro da vida
Tua beleza em meus versos incontida
Quero declamar e te fazer pensar no meu mar
Meu desejar ser teu também, nos afogar no amar

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Confissões Nada Agostinianas

Eu adoro me julgar forte, mas eu sou um fracasso
Não um fracassado, isso é muito pouco
Mas meu maior fracassar é em cair na irritação alheia
Dos que não têm absolutamente nada pra me acrescentar

Deus deveria é me dar permissão 00 de agentes da MI7
E uma Beretta, uma AR-15 e uma Uzi devidamente carregadas
E mais uma bazuca e umas ogivas nucleares de brinde
E como desejaria o Bruce Cockburn, mandar uns mísseis no traseiro de muito imbecil ao meu redor

Pessoas que se satisfazem em me ver pra baixo, sorriem de minha dor e irritação
Hipócritas que me julgam e não conhecem fezes algumas nem da vida, muito menos da minha
Covardes que preferem se calar por julgarem tudo puro drama - porque não é no rabo deles
e vagabundas que destroem corações e se aproveitam de minhas emoções

Eu adoraria ver suas carcaças apodrecendo e eu urinando em cada uma!

Como eu me odeio
por ainda ser assim
Um bosta e só e nada mais

Deus, salve-me de mim mesmo, salve-me do meu inferno pessoal que eu mesmo criei

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Não tenho título, ajude-me


Eu bebo essa água e sinto apenas o gosto de sabão
As vezes só percebo quantos andares eu tropecei quando meu rosto colide no térreo
Mas eu ainda vejo que tô vivo...
Eu ainda quero ajudar você a achar a porta... eu ainda quero que cê diga o que tá procurando

Disponível para o que
o gosto adstringente ainda rasga meu esôfago
Nada desce suavemente nem apetitosamente pro
meu paladar enrugado

Muito velho lambão
mamão vai lamber sabão
Sonhou ser São Jorge e casou com o dragão
fogo estranho e indesejado na lua-de-mel

Penso em leiloar a virgindade - afinal tá na moda e dá grana e fama, que mais poderia eu querer?
Então, quem estaria a fim de me comprar? Um falo falaria por mim uma fala falível
Além de ruim é pior
Mas não adianta riquezas fáceis em celeiros frágeis

Felicidade é algo que construímos, algo que divinamente apoiamos
nunca buscamos, pois que não encontramos, nós podemos fazer a alegria acontecer todo dia
Mesmo que o gosto venha ainda um tanto ensaboado
Escorregar pelo menos rumo ao sorriso mais belo, igual ao daquela menina, oh linda

Pequena travessura que me afasta do ser feliz
Sinto decepcionar, mas eia, eis que vou ante o horizonte
conhecer um tesouro inda mais belo que o do detrás do arco-íris
O paraíso é azul, o lugar que se chama de céu

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Poema do Bicho de Sete Cabeças (e Zero Cérebros)

Ave cadáver!
Tristeza é possível de fingir, de engabelar
Difícil é ajudar alguém preso na tristeza em verdade verdadeira
Pessoas olham aqui, acá, acolá, pra cá, nunca lá, lá longe, lá acima

Miopia é um problema sério pra cacique, e pro pajé também
Óculos especiais que só enxergam o que interessa pro zóio de quem quer
O meu sonho de consumo não sei mais mensurar ou misturar
O desejo deseja apenas voltar a desejar ser desejado
Consumado - dado cumprido insensato

Se os cachos são ruivos, ou o liso negro, ou esse ondular dourado
Até grisalhos aparecem em meio de minha cachola solitária
Tá, blz, intão, vdd, ok

Queria fazer de tudo que eu puder, queria
Ter você junto
A mim
Nem sei quem tu é, como faz?
Não recebi telegrama nem de Aracaju, nem do Alabama,
 por isso não acordei com vontade de mandar flor pra delegado nenhum

Esse poema está muito sem noção demasiado pacas

sábado, 15 de outubro de 2016

Alguma descrição d'alguma perdição perdida grazadeus

Que me sobrou de ti mesma?
Somente lembranças as quais não vale a pena relembrar
e a certeza de que melhor posso ser desde agora e já e para sempre

Autodestruição, botão cuja finalidade não hei de especular mais
Quando o facto não é mais exacto
Não tem por mói de que persistir, a não ser resistir à ideia de insistir no que se deve somente desistir

Não sou trezentos, tampouco trezentos e cinquenta, afinal já encontrei comigo faz mó tempão
Deixa esses versos e confusões de múltipla personalidade com o Mario de Andrade
Ou com quem quer que seja a faceta do Fernando Pessoa, lá pros lado dos portuga

Ninguém vai me atomizar, atemorizar, zanzar pra lá e pra cá com minha cara nesse carácoles
Encaracolado eu cheguei ao ponto central de tal espiral decrescente
O girassol dos cabelos das morenas flores do desejo eu deixei pra dá um xero pra dispois

Uvir a miserávi da guitarra elétrica ressoando o cocoricar do dia anuviar
Uai, tchê, arretado de bom, escrivinhar do meu pesar e pesando tudo, tá tão maguin
Pouco se dá trela pra ela, remela revela a cela que arrebentei quando arrebitei a nareba

E disse pra mim no meu speakar solo e somente solo:
"O meu coração me diz, fundamental é ser feliz"
E pronto e cabôsse e zé-finí e orgasmo pra coroar a conclusão do que se encerrou nesse " . "

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Medição Justa

Não gosto de doces baratos
e a vida vive me ofertando esses ouros de tolo
Bijuterias não duram toda uma vida, só estações
Eu não sou uma flor de um verão só, pra que quereria eu um amor só de verão?

Por isso não me vendo barato
Quando se tem ciência de seu valor sabe-se o preço que se paga para obtê-lo
Corações não se fabricam no Paraguai, nem se vendem em lojas de R$ 1,99
A não ser aqueles que não sabem sequer o valor que possuem, ou sabem não possuir nenhum

Pérolas de grande valor não estão na beira da praia
Não é nada fácil penetrar no profundo do mar que se chama pelo meu nome
Caçadoras de riquezas deveriam perceber isso
que é duro escavar a mina que enterrei meus mistérios

Se tiver interesse em adquirir um tesouro de grande valia
Já aviso: não será fácil, pois que não dou a combinação do cofre a quem não me merece ou entende
Mas a quem tiver a chance não a perca de vista
Não é todo o dia que se acha um presente que mudará toda a sua vida vindo direto de Deus

Um presente como eu

domingo, 9 de outubro de 2016

resto verso presto nexo

eu normal não
quem
não conheço eu
tendências incompetências imprudências imundícies
eu espero inesperado
entre cruz punhal teologia da prosperidade filosofia miséria
muita balela minha mente doente demente mente somente tente presente ausente fervente
criaturas noite consomem sono pesadelo sonho pardieiro vida
qual Deus tiver céu aí ouvindo mim não tá
tô ferrado como sempre só dedos apontando cara chorosa desgraçada

poesia lógica não mais
grande desgraça cósmica nascimento morte ciclo infernal cadavérico
psicopatia depressiva bipolar autista suicida ataque catastrófico
socorro miséria cardia baba desespero fim socorro não

rock toque capote capeta repita pirita
mais íntimo momento me sufoca afoga enforca
porca torta morte sorte corte doutor essa tesoura pegue
singularíssima pessoa roa voa a-toa ator atua autores dores flores coroa danação maldição suspira
valsa vienense
olindense dançarino abismo gritante UAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

sábado, 8 de outubro de 2016

Teia Latrodectus mactans

Você se pergunta ou melhor perguntaria a mim
Por que eu não ajudaria alguém que passa pelos mesmos dramas que eu
E é patente que a alternativa não será selecionada
Eu não sei nem ME ajudar quanto mais outra pessoa desastre iminente ambulante

Lá vem uma aranha não apanha essa carne espeta arranha
Berros de bezerros solitários como eu morrendo de fome sem calor sem peito sem manhã
O peçonha escorre a veneno corre morre assoreando o ar o qual pensava estar respirando
Por trás de mim percebo suas patas me levando a nocaute transtorno obsessivo compulsivo repulsivo agressivo maníaco depressivo
Se cura houver dar um over nesse game sem cover nem carregar ou cobrir vir e ver

As vezes me odeio eu prisioneiro de um sonho só sem desejoso vírgular
Welcome to my Nightmare rolando em o pecê em a massa cinzenta desesperada cabeça dura
Ou seria ser não mais um mister naici gái senhô Alice Cooper
Num sei nem onde eu tô véi cinco km you can go to hell
Veneno correndo pelas minhas veins eu num quero mais romper essas chains
Sou imbecil demais para perceber que as aulas acabaram e eu inda tô na depê na retenção da vida

Tô num inferno de tempo minha querida queria você aqui
Mas nem Deus me quer com você nem com seu ninguém se ferrou pra sempre
Nesse lamento chororô texto sem conjunção preposição ligação direção solução
Pulo alto do Holliday demasiada emoção diversão suicidam

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Dezmedidas

Seus 90-60-90
nem um pouco me atraem a contento
nem a lamento
com seu QI
abaixo de 50 pontos
não me atrai em nada, dscp

Meu Capiberibe poluído pede socorro
Igual aos riachos e vaus dos meus vasos coronários
Não quero infartar com as gorduras e colesteróis de seu veneno sutil
Aqui nesse meu 8° 0' 34'' Sul 34° 51' 19'' Oeste
o que eu realmente quero
é estar o mais cartesianamente afastado de seu gráfico, de sua função de 1º ou 2º grau
nenhuma probabilidade nenhuma fração porcentagem resultado 

dos seis graus de separação que ligam quaisquer pessoas as outras
quero o -273º C, Zero absoluto em Kelvin de presenças que só destroem minha paz
e fracassam meu amar e o fazem amarelar

Impostômetro explode vendo os olhos da cara os quais me custarias
Prefiro a paz que não custa muito
A valorizar o que só me dará prejuízos, Deus que me livre de amores fracassados nunca mais

Só o que vale a pena de ser medido, ser amado, vivido, degustado, inseparável

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Quando Entra Setembro

Adeus inverno
Seu frio e sua frieza, até um dia, talvez, ou nunca mais
Agora os raios solares me dão bom dia
Primavera diz "bem-vindo a mim, cravo esquecido no tempo"
Sentir o perfume de sua irmã-amiga-amante rosa
Não mais um declínio da civilização sentimental, nunca mais
O sonho com um novo amanhecer sem mais nuvens negras nem tempestades sem fim
Apenas o arco-íris a informar o pacto divino de que o sol nunca morrerá enquanto vivermos
Guiando-nos para caminhos novos, nosso pólen se espalha no quintal
"Pelo vento se vai seu perfume, espalhando no ar o Seu amor que é espontâneo e comigo se une"

O medo de amar, diria Beto Guedes, é o medo de ser livre
O medo da novidade, de desabrochar e alguém insensato destruir nossas pétalas
É meu medo também, amiga rosa, amada amante
Mas abrace-me, apenas abrace-me
Está na hora de fazermos o mundo voltar a sentir o perfume do amor
Aquele que Adão e Eva sentiram milênios atrás num jardim, aquele emanado de nossos pais
Lá no Éden todos nós vivíamos do amor que vem do Pai Celestial

Não quero mais ouvir de nenhuma criança aquela tola canção
"O cravo brigou com a rosa"
Pois debaixo da sacada tu me curarás as feridas, e eu restaurarei suas pétalas despedaçadas
Com a bênção do Criador vamos renascer num jardim infinito
E os que descreram de nosso renascimento verão na primavera a esperança nos beijar
Regar nossas vidas com o orvalho da manhã
A boa nova dará nos campos de novo
Cantar de novo uma nova canção
A do renovo do perdão, do sol de primavera que nos aqueceu, as mãos do Eterno Deus
Vamos nos reconstruir mais e mais
Abrir as janelas de nossos peitos

Nossos sonhos semeados no vento brotarão sim, dos muitos choros que derramamos 
e talvez inda iremos derramar, eles serão 
os que regarão nossa seara, nossa primavera, Bom Perfume do Cristo
Para quem esqueceu a fragrância do amor poder relembrar e pelos campos pular

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Do Meu Jeito (Sem Jeitinho)

Alguns tentam de diversas formas conquistar alguém
Difícil dizer quem consegue esse talento, esse presente, dádiva
Os artifícios sempre geniais, planos de ilusionistas
Mas de duvidosos resultados para todos

Às sensíveis alguns prometem a delicadeza
Levam-nas aos paraísos mais ilusórios que uma batida de absinto e LSD podem trazer
Mas no fim, a ressaca, o efeito se vai
E talvez uma overdose de ilusões dá o tom final quando mostram-se torturadores
Mais cruéis do que a Ditadura Militar ou o comunismo Stalinista

Às altruístas alguns prometem cuidar de todos ao redor
Benfeitores tão credíveis quanto os artistas famosos em suas belas campanhas de fim de ano
Mas no fim do feriado, o pano cai, as luzes se apagam
E percebe-se que o mesmo não se preocupa nem consigo mesmo, nem com você
Não respeitando nem sua unha quebrada, quanto mais sua TPM ou seus conflitos pessoais

Às vegetarianas alguns falam renegar até o ovo de codorna do fim de semana
Tão preocupado com animais quanto um cuidador de touros prestes a ir para as arenas de Madri
Mas basta começar o espetáculo e ele pegará sua capa vermelha e sua espada de matador
E vide o quão ele te trata pior do que trata os pobres cachorros de rua
"Pulguenta", "carrapato" e outros "elogios" que não se falam nem com um cão, imagina uma mulher

Às alternativas alguns viram hippies, roqueiros, punks, góticos, emos, o diabo até se possível
O visual é tão carregado que é visível o quão falso é, tal qual bandas encomendadas pela televisão
Mas é só o ibope fracassar, o programa acabar e um troféu carregar
Que o troféu será você, tornando-se pregada numa parede em exposição pública
Mais uma conquista de muitas na carreira desse genial camaleão e sua língua pegajosa e fatal

Às politizadas o mesmo pode tornar-se um ativista político
Combatente tão verídico quanto os tiradores de selfies em manifestações ou os vândalos black blocs
Mas depois das mil curtidas no Instagram, das vidraças quebradas e "mamãe, tô na Globo!"
Percebe-se sua alienação insensata em ignorar suas necessidades de esposa e futura mãe
Devo complementar - mãe SOLTEIRA, isso que será, a não ser que aceite a ideia dele de abortar...

Às cristãs o mesmo vira o maior religioso do universo
Nem Malafaias ou Macedos seriam mais, ainda que tão verdadeiro quanto um manequim de paletó
Mas quando o feijão porventura queimar, o paletó sujo ficar, o quarto com uma misera poeirinha
O demônio será fichinha, pois o fogo do inferno brotará da boca - e talvez até de sua pesada mão
Uma fé inválida, blasfêmia completa, monstruosidade de alguém que suja a palavra amor

----------

Enquanto passam ao meu lado esses péssimos atores rejeitados para o teatro da vida
Rumo ao seu teatro dos vampiros preparados para sugar sangue e esperança das donzelas da vida
Eu aqui lamento não saber ser um meta-morfo por conveniência para conquistar (ou melhor, iludir)
Eu só tenho como talento eu mesmo, se bastar a você que me lê
Amar esse pobre tolo pelo o que ele é, do meu jeito, sem panos, fantasias ou tentativas de ser o que não sou
Eu imploro que ainda exista alguém que possa parar de jeitinhos de outros - de falas e promessas tão belas quanto políticos nos quarenta e cinco dias de campanha eleitoral
Eu imploro por alguém que possa me amar, ou ao menos experimentar o meu amor que guardo aqui
Não em frascos bonitos, invólucros fantásticos, embalagens tão ilusórias
Mas nesse vaso quebrado e cansado que vos fala e grita pra você "eu te amo, vê se me ama também!"
Sem fantasias, idem...

terça-feira, 20 de setembro de 2016

"De formoso semblante..." (Uma Epístola Simples e Perfumada)

Poesia viva, meus olhos contemplam-te, desejam te ler do início ao fim
Cada estrofe, verso, palavras, letras, cada pedaço de você
Eu admito-me fascinado por completo, não nego
O seu olhar profundo parece me convidar para mergulhar e contemplar sua paisagem
Não há miragens, sei bem

Sua beleza vai além do que um olhar tolo consegue captar
Suas palavras e seus gestos enlouquecem muito mais
Mas a loucura gera criativas genialidades
Principalmente quando nascem de apaixonados fascínios
Como poderia eu descrever isso para você?

Eu sei que pode ser mais um simples sonho absurdo, como tantos que eu tive em 28 anos e tanto
Mas eu nunca consegui ir além de absurdos para poder viver
E absurdamente escrevo esses versos, sei lá porque
Talvez... porque eu me sinto totalmente
Admirado, embasbacado, abestalhado, hipnotizado, não sei, só sei que é por você

E só. E tudo isso. Beijos de quem te quer bem. E quer estar bem perto de você. Também.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

A jornada de Tolueno e Xileno rumo às sinapses humanas

Pintura e arranjo por Clivson David
Enjoo... talvez
Desespero... certamente
O que te leva a abafar a fome com outra fome?
A morte derramada como grudento e viscoso amarelão
Dentro das narinas, das bocas, faringe e traqueia adentro
Cerebral reação de passividade, apagar de dores e emoções

Meu fígado o transforma em ácido benzoico
Tentando expelir sua existência de dentro de mim
Mas você já invadiu o centro de comando
Você é o novo capitão, o novo pai provedor
Me satisfaz mais do que os beijos de uma dama
Para mim que desconheço cama, você me descansa

E também me domina
Me escraviza tão rápido que eu nem me toquei
Eu te coroei como meu rei, tolamente
Em uma hora você faz meu mundo virar de ponta-cabeça
Ilusões, pirações, cosmo-visões virando pó e essência de cola
Eu viro a sola debaixo dos sapatos da sociedade

Quem me vê nunca me vê
Apenas uma sombra, um caco, um resto, um esterco ambulante, dejeto da marginalidade
Um cuspe enlameado e encharcado de microscópicos estreptococos e virulências
Uma pandemia, um perigo público, demônio a solta, pixote, maloqueiro, pivete, entre outros elogios
"Essas pestes, só presta matando!" é uma frase comum pros meus ouvidos
Solta por mães que decerto não criaram filhos, apenas robôs programados para playboys

Na viagem a qual eu fui paralisado
Sem ser convidado, fui talvez intimado, enfiado, suicidado diariamente
Meus medos materializados ou fantasmagóricos, não sei discernir mais nada
Apenas a bolsa da madame ou o smartphone do tolo muleque ao lado
Mais dinheiro adquirido e jogado não para conseguir nem mesmo um mingau de cachorro sequer
Somente mais uma papa gosmenta e com cheiro nauseabundo

Até o dia infeliz, o dia de hoje
Em que... eu não sei dizer ao certo o que
Mas parece que vai eclodir de dentro de minhas tripas - ou seriam elas tentando sair como vômito?
Quando junto com o amarelo escuro da cola vem um vermelho-sangue salgado e amargo
E você se apercebe enfim que aquela garrafa que eu sorvi em nome do vício e do desespero
Foi apenas o meu primeiro dos futuros muitos, eternos, drinks no inferno...

sábado, 17 de setembro de 2016

Repetições (Partes I e II)

Parte I:
A vida é feita de repetições
Tudo gira e volta ao mesmo ponto
Nada há de novo debaixo do sol
E tudo volta à estaca zero

(Recife, início de outubro de 2009)

Parte II:
Os anos passam, e essa verdade continua
Degradam-se os homens em suas realidades, universos paralelos e redomas sufocantes no vácuo
Pseudo-fés, crenças mais mortíferas que uma overdose de heroína
Dogmas mais alienantes do que viagens em LSD e ecstasy
Certezas mais erradas do que 2 + 2 = 5

Nossa (in)tolerância com os que vivem na escuridão é repugnante
A (in)constância que de constante só possui o prazer de um Jonas de ver Nínive pegando fogo
e todos os ninivitas pegando fogo, e nós com nosso sorriso no rosto
Profana santidade, mórbida imagem beatificada e canonizada de fariseus e saduceus hipócritas

Os que crucificaram no passado,
no presente negam extrema-unção, meio-mastro, um minuto de silêncio, elegias, missas de sétimo dia
Das cinzas às cinzas, do pó ao pó, da lama ao chiqueiro, do caos à terra sem forma e vazia
E no final continuamos voltando a devorar nosso esterco e arrotar camelos dos mosquitos que coamos

(                                     ) <<<< O resultado final de todos é esse conjunto ao lado.

(Olinda, 17 de setembro de 2016, quase sete anos depois, concluído)

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Flowers in Your Hair

The flowers fall in your hair
And remember me the golden bright of him
My eyes see and my hands would
Caress your golden hair

My little golden flower
You are my monument, my artwork
The bright of your hair says to me

"Come here, caress me"

Olinda, 22/02/2010

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Poesias de 2007

Para algo que está no átrio esquerdo do meu coração.

Como é bom saber que o sol nasceu
As aves no céu cantando uma nova canção
Será que tudo isso é verdade?
Será que não percebo as maravilhas de Deus em nós?
Impossível medir meu sorrir ao ver a luz
Ao caminhar sobre a areia macia da praia
Num instante sonho aquilo que mais sonho um dia dizer
Amo tão-somente a você, meu amor.

Recife, 01/05/2007


Para ver o céu brilhar

Cada vez que abro os meus olhos
A minha mente só vê você
Sonhos acordado, maravilha.
Sinceramente, nunca vi tamanha alegria,
Igual a que me vem no coração
Ao te ver, menina mais legal e linda que vi.
Não sei como não pude perceber antes
A beleza sincera que hoje vejo só em você.

Recife, 01/05/2007

 
Seria eu um astronauta nessa vida?

Seria eu um astronauta nessa vida?
Ou um simples sonhador que ainda não achou nenhum sonho pra sonhar?
Talvez eu seja muito mais que um ser
Bem sei eu que um dia minhas respostas virão
Pois se eu acredito que Deus existe
Não deveria acreditar na existência da verdade e da FELICIDADE?
Pois é exatamente isso
MEU SONHO É A VERDADEIRA FELICIDADE!
Quem sabe se você não possa me ajudar a encontrá-la ou a continuar a sua busca?

Se os meus sonhos não se fizeram reais ainda
se minha vida continua na mesma asneira, nada muda
parece besteira minha, mas sei que essa feira passará
segunda, terça, quarta, quinta, sexta-feira
e o tempo, ele também passará
mas o sonho verdadeiro nunca acabará
basta acreditar, lutar, ter fé em Deus
Saber que impossíveis podem ser possíveis sim
eu acredito, um dia tudo será real
sei que será, basta só eu acreditar.

Tou cansado de seguir os padrões humanos
Fazer tudo porque uns ou outros se agradarão
não tenho que achar ou deixar de achar
ou me perder no que você acha
Eu sou de Deus
e não me importo se você não concorda comigo
desde que eu esteja em concordância com o Senhor
o que acredito vale mais
vale mais que tudo que você quer que eu siga
minhas convicções só são do interesse
único e exclusivo de Deus
pois mesmo que não esteja certo
eu nele vou buscar o que é certo
se você quiser pode fazer o mesmo
buscar em Deus a Verdade
que ninguém pode mudar
que nem regras nem pensamentos humanos
nem modas nem religiões
sem tréguas, sem invenções
sem fugas, sem desculpas
vou louvar ao Senhor como ele quer:
Vem meu Rei, meu Noivo, meu Pai, meu SENHOR e SALVADOR, meu único e suficiente DEUS!!!

Recife, 10/02/2007

(Esses foram provavelmente os últimos poemas escritos por mim nos tempos de faculdade, pelo menos até 2010 possivelmente. Houve um que se chamaria "Pra que tudo isso?", mas resumiu-se ao primeiro verso, "Com certeza as pessoas..." e assim silenciei por anos no talento poético. Por sorte eu pude renascer!)

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Crazy pras Onze

Skindô-lelê, skindô-lalá...
O que sobrou da beleza da bandeira corroída pelas traças dos corruptores e corrompidos do lado de lá
O verde amarelou, azedou, perigou de não ter mais metal pras moedas dos Judas cunhar
Fora daqui com toda essa mentira bonitinha pros que só acreditam na sua verdade
Inda que eu não teja lá bem certo se verdade tem nessa colcha de retalhos e entulhos

Quero muito, talvez seria o queria ou o quererei, não sei ainda dar a conjugação adequada
(Será que só quis e não mais?)
Cantarolar que "Eu digo não ao não e eu digo É PROIBIDO PROIBIR"
Mas me proibiram de proibir, me proibiram de dizer não a todos os nãos que dizem pra mim
Proibiram o amor de beijar essa boca herege, anarquista e solitária,
- esses lábios ressecados que só se hidratam com as raras lágrimas que sobraram pra rolarem aqui

Ainda ouço suas vaias - melodias aos meus ouvidos em busca da caosfera perfeita de volta
Antes do haja luz, só o Espírito pairava sobre a face das águas, nenhuma carne vã fedorenta
O amor reinava soberano contradizendo o ocultar dos rostos na noite infinda
Antes de tentarmos iluminar sozinhos com nossas lanternas de camelô baratas

Invejo os loucos...
... não precisam prestar contas a ninguém, a não ser - talvez - ao Gardenal que receitarem
mas nem mesmo ele seria suficiente pra aplacar o desejo daqueles que não perderam fé ou esperança
de que o tal de amor ainda pode reinar acima de todos os imbecis que acham-se reis
e que pode ainda assassinar o velho verme que causa desilusão, ódio, rancor e medo

No fim só eles sobrarão
Espero que me ensinem como ficar igualzinho a eles
Nesse mundo onde os sábios só fazem loucuras e cretinices, eu anseio por endoidecer de vez

domingo, 11 de setembro de 2016

Primeira Mente



Fora um espetáculo ensandecido de rosas esmagadas contra rochas da liberdade
Os temores e tremores do chão e das cortinas dos céus cantando com a morte dos falsos messias
Revoluções e reacionários temerão por aí afora atrás de uma saída fácil
Através dos estertores finais de uma agonizante nação de moribundos

Temerei eu a quem, jamais, fora de mim isso, não há nada a temer nunca para mim
Elogios de bandeirolas a meio mastro em forma de elegia aos salvadores da pátria falsificados
Mentiras escorrem como sangue de uma hemorragia fatal em nossos corações
Eis novamente Carlos Drummond perguntando "e agora José?" A festa acabou de novo
Reis, ditadores, presidentes, não temeremos nada, nada afora Ao que governa dos céus

sábado, 10 de setembro de 2016

Poesia do Dia de Sempre

Jeremias o profeta já clamava anos atrás
“Voltem-se ao que eram, tornem para trás”
Mas deixaram pra trás o que valia a pena
O mal em suas vidas foi quem roubou a cena

E hoje temos supostos guerreiros do povo
Mas nenhum veremos certamente de novo
A não ser daqui a quatro anos, quem sabe
A procura de mais gente que os babem

Idolatramos homens e mulheres bissextos
Que quatro anos após voltam-nos aos seus cestos
Lixos é o que eles nos relegam constantemente
Para depois ignorar-nos tão somente

Amor virou uma invenção bonita de poetas tolos
Preferimos agora as rápidas ilusões e seus dolos
Dolorido é relembrar da segunda-feira
E a ressaca de um domingo sem eira nem beira

A carne se desfaz dia após dia em cinza e pó
E por fim voltamos ao estado do eterno “só”
Pois ser irmãos, amigos, namorados, passou
E pra trás quem ficou, não mais se recuperou

Poetas viraram peças de museu do século passado
Morreram como um sonho irrealizado
Preferimos agora aplaudir glúteos ao chão
Rebolando nossa moral até descer à decepção

Será que viveremos assim para toda existência?
Bebendo da taça do vinho da indecência
Até o dia em que a morte pagar o seu salário
Dando fim a toda nossa dívida no santo erário

Uns em cavalos e em carros confiam
Mas no Nome do Santo Deus poucos se fiam
Em nossa estupidez, nem desconfiam
Que nosso manto de conforto as traças desfiam

Nossa intelectualidade nos aprisiona
Numa liberdade de fachadas laicas, patronas
Que na realidade nos faz pensar demais
Crenças viram nada em suas redes sociais

Mas eu creio – sei, corro risco de me deixarem
Falando sozinho pras paredes só me escutarem
Mas eu creio – Não temo a repressão ou razão
Emoções ainda valem a pena para essa criação

Quem sabe você que escuta-me, talvez indolente
Já se canse de uma sociedade pseudo-inocente
E queira se levantar do sofá de conforto
Ver que existe vida além de nosso porto

Clamores lá fora por amor, pão, carinho
Clamores dentro de mim e você, tão sozinho
Satisfaçamos os escravos da fome a mais
Ensinemos de onde vem nossa ininteligível Paz

Escuto os sons de uma avalanche sobre nós
Hora (de) não mais relegar os que sofrem a só “vós”
Erga-se a voz da Justiça dos Céus, inabalável
A qual nenhum homem pode dar, incomparável

Não mais falsos salvadores da pátria jamais
Pois livrar-nos da total miséria nenhum é capaz
Saciar-nos é algo o qual nada aqui poderá
Só o Sangue Santo crucificado assim o fará

O dia de sempre, o dia de hoje, ontem e amanhã
Chuva, sol, não importa, haverá nova manhã
Basta-nos não temer e persistir até o fim
O que virá, não sei, mas será o melhor enfim

A vida não é um jogo, mas poderemos vencer
Se ajudarmo-nos uns aos outros sem esmorecer
Do contrário, nem direita, nem esquerda haverá
Só para trás é o caminho que a gente andará

Saberei no fim que o amor não é findo, não é
Ainda que o intentem matar, estará sempre de pé
E assim me despeço, não sei se aplausos terei
Mas me contento se com meus versos os impactei

No fim, todos, eu sei, dirão em alta voz, eu sei
“Jesus, Tu és o Único Senhor e Rei”
Nenhum outro nos governará, nunca mais
Acredite, não é ainda para nós tarde demais

(Johnnÿ D., Olinda, 05/09/2016, poema apresentado ao vivo no Avalanche Festival de Artes no dia 10/09/2016, na Av. Rio Branco, Recife Antigo, Recife - PE)

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Confissões Malditas I

Chegará o tempo em que a adolescência terminará
O arrependimento das aventuras desventurosas virá
Espero que não seja no dia do encontro com o Criador
Quando o que nos restará será somente eterna dor

Me chama de lixo mais um pouco só
Não sabes como trazes orgasmo a esse homem tão só
Ouvir de lábios tão imundos o que é sua realidade
Direcionar contra mim a sua irônica debilidade

De rimas vãs vivo eu a descrever meu ódio
Encerrar os fãs da minha desgraça no alto do pódio
Alçá-los dependurados gritando por socorro
Enquanto eu, o vulcão do seu pessoal inferno, minha lava neles escorro

Amor divino não deveria ser com dejetos desperdiçado
Mas que posso fazer, se eu, lixo humano, não fui tampouco rejeitado
Mas eu tenho más notícias a respeito de minha pessoa:
Não sei se esse mesmo amor de mim por vocês, rejeitos, assim ressoa


Que me perdoe o Criador das regras desse jogo da vida
Mas não me preocupo de a esses alheios curar nenhuma ferida
Silenciem, parem de falar mesmo comigo, fracos insolentes
Assim asseguram meu aparte de os castrar sem meios comoventes

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Fechadura Quebrada

Provocativas indiretas, diretamente do ninho da estupidez mórbida e escatológica de sua cabecinha de vento
Doida pra me mandar pr'aquele lugar
Fala que não é lixo como eu só mais um pouquinho, fala, pra ver se eu acredito
Na verdade, eu acho verdadeiro, pois possivelmente sou reciclável, já você sequer biodegradável é
Poluição ambulante e catastrófica que fala o que quer, ouve o que não quer e chora como criancinha que perdeu o doce

Eu poderia dizer que sinto pena de você, mas penas não se desperdiçam para travesseiros estragados
Não nutro remorso, arrependimento nem temor por sua chateação, não perderei a salvação por falta de seu imbecil perdão
Até porque o meu você jamais imploraria mesmo, por cada imbecilidade que você como galinha defecou enquanto cacarejava sobre seu poleiro

À corja de imbecis que vierem porventura te defender, meu sincero e humilde danem-se
Eu não devo nada a vocês e se deveras preferem proteger sua dama de ouros
Temo que nela descubram que é um ouro de tolos.


quarta-feira, 31 de agosto de 2016

P.iadas A.doradas de Z.és-manés


Se quer saber, paz é uma piada de três letras
Ninguém sabe o que diabos seja, mas vive buscando-a
Das formas mais estúpidas, contraditórias ou hipócritas possíveis
Quase não dá pra acreditar nessa pilharia adorada
Advinda do sacerdócio de galhofeiros que riem de nossas caras a todo instante

Meu sincero desprezo. Ao seu silêncio estúpido. Aos limites os quais você se impõe e crê que todos têm que seguir.
Regras cacarejantes, colifórmicas, neoultramegafarisáicas, chocarrices de adeptos do LSD moral e ético
Veem o paraíso queimando seus traseiros assentados às esculturas em brasa do Hades impetuoso
Adultos infantis insistindo em serem crianças, não na malícia, mas no entendimento
E com um nível de compaixão similar ao de um saco de estrume fétido derramando pela rua afora ante nossas narinas desesperadas clamando por um socorro divino inexistente

Quem diabos é o seu deus afinal?
Talvez o seu Demiurgo, seu estômago faminto pelas lombrigas, tênias e platelmintos e nematelmintes afins
Sua concupiscência ou sua permissividade na falsidade mórbida, patente e estercoide de seus companheiros de roda de escarnecedores
Obras-primas do que há de mais catastrófico da raça humana. Auto-criações da ilógica. Anticristos com bíblias nas mãos e dedos cobertos de sêmen pecaminoso. Zés-manés.

Meu maior desorgulho, minha eterna desalegria, meu mais profundo remorso, arrependimento, culpa
Relembrar cada dia de estúpida devoção às idéias (com acento agudo mesmo de tão ultrapassadas e incorretas que são) cujas origens das mesmas advém de mentes vazias, oficinas endiabradas
Como as vossas.
Como fossas.
Mossas irreparáveis em latarias de carros os quais se julgam bons e de qualidade
E tão somente andam pra trás, engatam a 6ª Marcha a Ré a 330 Km/h rumo ao abismo de suas faces retumbantemente cadavéricas, seu metano corroendo exala o perfume da desgraça eterna
Malfeitios são estupidamente gelados goles de etanol com cianureto; desejo-vos uma boa noite para todo o sempre com seu senhor, satanás, brincando de pirofagia com os órgãos excretores

Apaguem as luzes de sua paz, eu quero guerrear contra vocês até que suas veias e artérias se rompam e eu seja banhado com o champanhe vermelho e borbulhante com o salgado sabor de suas hemácias poluídas e seu plasma sanguíneo verter como água do lado de seu corpo crucificado não como Cordeiro Mudo e sem mancha como Aquele que foi antes de todos e vocês tanto tomam o Nome Dele em vão como blasfemos pecadores imundos e vagabundos - bem pelo contrário sois todos culpados de morte em escárnios e vilipêndios merecidos por serem restos fecais que ainda tolamente se acham bons demais e dessas palavras escarram suas almas maculadas em falsidade e impassibilidade, escárnio completo aos sofredores da terra e ardor em serem os remanescentes que renascem dia após dia em chamas infernais e calhordas, audaciosamente gritam "bosta é você" e clamam "parem de se desentender" e imploram "para, sério" e resumem a "quanto drama" e no fim terminam assim:

...

Tantas palavras numa única mísera estrofe de um único estúpido verso, uma frase com cento e sessenta e duas palavras e 948 caracteres formando cada uma e mais os acessórios
E ninguém vai ler
E como o poema anterior dirão somente
"Blz"

F.avor o.rganizem d.edicadas a.titudes m.imosas - s.ejam e.ducados!

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Queda Livre (Rumo ao Centro do Nada)

Ok

Blz
Vdd
Não
Sim
Hunrum
Flw
Certo
Ctz
kkkk
?
Que
Hum
...

Belas respostas para as perguntas insolúveis que consomem meu âmago
Evasivas formas de disfarçar o desinteresse e o desprezo a um caso perdido como eu
Clichês óbvios de mentes criativamente geniais para pular fora de barcos furados
Engenhosas formas de honestamente ajudar a fazer bungee jumping sem cordas nem rede de proteção

Jack Kevorkians de sentimentos, suicídio assistido, auxiliado, aguarde na fila por sua vez
Logo seu sangue será lembrança esquecida, bem como seus anseios e outras tolices advindas de você
Nada do que somos importa a mais ninguém, ninguém se importa nem consigo mesmos na realidade
Se importar com coisas é a atitude mais humana que julgamos possuir, contradição de termos

Eu poderia optar por me matar ao som de "Born to Die" de Lana Del Rey
Uma versão moderna de "The Idiot" do Iggy Pop, mas eu estou longe de ser um Ian Curtis
Ademais, optar por isso é irrelevante: Você que me lê nem dá atenção ao que escrevo
Quanto menos se importa se eu der fim nessa existência fétida e ingrata
Deus não se importa com quem decide dar "Quit" no jogo da vida, apenas um "Game Over" eterno
E os demônios também não dão muita importância, o inferno é igual a todos, perfeito comunismo

Odeio minhas palavras... e muito disso é óbvio demais, como não poderia ser
Qualquer imbecil que ler alguns míseros versos dessa epístola estúpida dirá rapidamente
"Esse cara deve se odiar demais" - E ainda será uma definição microscópica à minha realidade

Esqueçam esse poema, esqueçam-me
Na verdade, nem precisam de me esquecer: Ninguém lembra mesmo de mim
Até Deus já deve estar cansando de um imbecil murmurador que parece clamar por mais carne
E cada dia mais está indo junto a Coré, Datã e Abirão descendo pelo abismo aberto para nos tragar
"Levantem-se dessa congregação que Eu a consumirei em menos de um segundo!"

Adeus

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

-273º C


Porque eu, Oh meu Senhor, não mudo
Por isso vós, sonhos meus, filhos de minha destra, sois diariamente consumidos no fogo

Eu só queria teu sorriso sorrindo para mim
Descansar em teus braços perfumados, ou até mesmo suados
Caminhar pelos lábios teus deslizando nos meus
E aprender o que é amor junto com você, aprendermos, cada dia mais e mais

Mas
você
não
existe,
apenas
uma
ilusão
de
meus
sonhos
desastrados

Zero, conjunto vazio, vácuo, inexistência, nulidade, niilismo, oco, nada, ninguém, nunca, desquite, divórcio, desamor, derrota, rebaixamento, apagar de luzes, buraco negro, cheque sem fundo, produto vencido, nota falsa, falência múltipla de órgãos, empresa liquidada, conta corrente fechada, espécie extinta, discurso de políticos, cartão cancelado, negativado no SPC/Serasa, poema deletado, recipiente sem produto
Sou eu para muitos, eu sei
Tudo isso
O absoluto nulo

Eu sei que sou mesmo
Só Deus, sei lá porque, faz a loucura de me amar

E ninguém mais, acho, me preenche mais, nem se interessa, a verdade é essa
Odeio verdades que só tornam esse mundo sem sentido ainda mais nonsense, igual a mim

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Os Retardados Filhotes da Estupidez

Quando eu era menino agia como menino, pensava como menino
Agora fiquei mais velho, e os meninos continuam a me rodear
Talvez não mais tão pequenos. Meninos de barba, bigode. Meninos que fazem outros. Meninos.
Peter Pans sem o brilho da fantasia são apenas fugitivos do jardim de infância
que não usam mais fraudas, mas continuam espalhando dejetos fecais por onde passam

Quem trabalha em creche sabe que por vezes
Os bebês agem de maneira mais adulta do que muitos adultos ao nosso redor
Nos faz pensar se na verdade vivemos numa creche de garotinhos malvados
Cuja fome de seios é infinita, em todos os sentidos os quais passarem em seus cérebros

Já convivi em algumas creches de gente grande, porém mal crescidas
Já provei de suas dificuldades de passarem das fases oral, anal e fálica
Já vi o quanto se acham pelas "conquistas" de imundícies que adquiriram de desavergonhadas tolas
Já mostraram que nunca saberão crescer; defecarão nas calças por toda a vida

Pobres imbecis que se acham por zombar de todos sem perdoar ninguém jamais
Um dia terão, se nunca de facto quiserem crescer, a justa paga do seu devasso mestre Satanás!