Textos poéticos/contos/crônicas todas terças, quintas e sábados... ou quando a inspiração mandar...

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Rebentação Marítima em Mim


As areias da Praia de Gaibú, saudades daquelas pedras grandiosas
O quebra-mar que se quebra e fragmenta aos poucos a cada onda
Vem, vão, vem, vão, nunca vem em vão nos vãos do meu coração

Deixar o amor de agora, será que ele resistirá como aqueles rochedos?
Viola a viola que viola toda ilação dessas censuras politicamente corretas e hipócritas
Não sou mais o mesmo, apenas mais do mesmo
Tanta gente defendendo as coisas mais absurdas usando como desculpa a "liberdade"
que tem horas que eu queria q suicídio não fosse pecado.
Viver cada dia mais não faz sentido em minha vida

Não sou um rochedo... mas deveria ser, para as intempéries desse mundo mau
Não quero ser um rochedo no meu coração... mas a vida tornou-me insensível mais do que deveria
O que mais me dói é lembrar do sorriso de serpente daqueles que viram minha derrota, minha queda
A diversão mais estúpida é aquela que sempre recai sobre as costas dos inocentes

Essas pedras que fazem meus versos se encobrirem do sangue que de mim escorre
Da dor que ninguém nunca vem e me socorre
Meus olhos gritam a cada olhar por misericórdia
O lacrimejar do meu rio de choros, ah sei que haverá um dia que secará
Essas rochas que formam minha muralha, um dia não irei mais sangrar, apenas comemorar

Comemorar o céu azul estrelado sobre essa rocha com você abraçada ao meu lado
 

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Lamentável Canção do Incenso da Morte


"Por que te abates, oh minh'alma, e te perturbas em mim perdendo a calma?"
Esses lábios que eu sempre desejei passearem nos meus estão tão longe
A rainha está realmente morta e ninguém fez nenhum velório
O suor no meu rosto e a crueza dos sentimentos ninguém aguenta mais

Nosso egoísmo é nosso deus maior na nossa casamata de ídolos chamada coração
E usamos o papo eterno de que "o fato dos outros sofrerem mais que eu não diminui o meu sofrer"
Não devia diminuir, deveria exterminar mesmo
A maior parte do nosso sofrimento advém de más escolhas e teimosias e também a concupiscência

E buscamos salvadores da pátria a cada dois ou quatro anos
E elegemos bodes expiatórios a cada notícia da TV, jornal ou revista
Usamos nossas mãos e bocas para despejar toda a fossa que cultivamos dentro de nós
Comemos nosso esterco e bebemos de nossa urina de cada dia nos dão hoje

Ah chatice do qual eu sou rei, com orgulho e afinco num planeta de chorões por encomenda
Ninguém chora pela desgraça a qual caminhamos nós para o beijo fatal
Mas choramos por unhas quebradas, carros que não compramos, falsas paixões de novela das seis
Clamamos por revolução lá fora, mas dentro de casa o cetro do ditador é meu e ninguém tirará jamais

Já me criticaram por tantas fezes que já não tem onde se decompor tudo isso
Minha vida não mudou um centímetro, nem a de ninguém, continuamos indo pra baixo
Nosso rumo ao colapso é nossa evolução infinita nessa estrada idiota que pegamos como atalho
Mandem abraços à dona Morte, ela está louca para nos encontrar na próxima estação

Se você acha que isso é ser depressivo, negativista, pessimista ou algum elogio similar
Talvez seja muito pior na realidade, pois é o que a realidade é, conviva com isso
Agradeça seu pão dormido, sua camiseta rasgada e seu colchão duro
É o melhor quarto de um rei quando se sabe que a vida é curta, cruel, tola e vaga

Não se conforme com a miséria, mas também não pise nos miseráveis em busca de um lugar ao sol
Eu não preciso de abraços hipócritas, mas também não viremos geleiras impenetráveis
Não sigamos as famas e modas, no fim elas se tornam como os hits de um carnaval qualquer
Irritam e incomodam por alguns meses, depois viram como nós, pó e cinzas

"...antes que venham os maus dias e cheguem os anos que dirás:
'Não tenho nenhuma alegria nesses dias que vivo agora'."
O tempo está chegando... e eu não sei se lembrei o suficiente do Criador
Continuo a perder mais tempo reclamando do que agradecendo por cada pedaço de graça diário...

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Cinzas Inúteis


Eu não preciso da ilusão religiosa
Nem do singular ateísmo
Eu só preciso de saber que o Amor existe e não nos deixou,
ainda que o ódio diabólico continue sentado num trono passageiro.

Nada me deixa mais com medo do q perceber lentamente minha capacidade mental parecer que se perde e se dilui em meio à grama de desprezo e lixo que cresce ao meu redor.

Precisei me matar muitas vezes para entender como é difícil viver
Se Deus está morto, esqueceram de me convidar pro velório e pra missa do sétimo dia
Talvez você que está lendo que não notou
Mortos estamos nós

Pessoas desperdiçam a palavra paixão para satisfazer suas carências tolas e infantis
Pessoas jogam a palavra amor no ar sem ter ideia de que podem imbecilmente magoar
Pessoas não fazem ideia de que a palavra amizade não merece ser humilhada no egoísmo nosso
Pessoas transformaram a palavra beijo em uma amostra grátis da morte de todo sentimento real
Pessoas tornaram a palavra sexo um simples ato de satisfação egocêntrica invés de um tesouro escondido e valioso
Pessoas... ah, nós, pessoas...

Na verdade, revendo a segunda estrofe desse poema
Acho que na verdade é a capacidade mental de todos que está virando cinzas inúteis de cadáveres insensíveis.

sábado, 20 de fevereiro de 2016

O Número do Homem (6)


Essa boca que tolamente já beijou meio mundo de homens
E a minha conhece tão poucos lábios
A responsabilidade é irresponsável dia a dia
Alguns brindam o desapego, eu desesperado por ninguém se apegar mais quando preciso
Mas todos escolheram esperar...
só não se sabe se esperando deitados ou se deitando com quem pela frente aparece

Mas lá fora todos estão certos... e falam alto e trombeteiam suas razões
Sem razão nenhuma, nem emoção, nem correção, liberdade para dentro da cabeça
e saindo pelo ralo do vaso sanitário
Roubam esperanças, roubam crianças, roubam infâncias
E dizem que está tudo bem, tudo tranquilo e favorável, e aí de quem for idiota de discordar
Eu sou um grande idiota.

Estou a seis pés de distância do abismo, e começo a pensar que não é tão distante assim
Autoestima é uma expressão um tanto quanto numa língua desconhecida pra mim
A morte é sem graça. Só a gente que vive querendo trocar a vida por ela sem aproveitar a beleza
Não é errado admirar o arco-íris. Só a gente que gosta de trocar por selvas de pedra
Os conselheiros deixaram-me na maca sem soro nem veneno da eutanásia
Nem me curam nem matam de uma vez, é torturante e desleal

Aguardam a chance de apenas ser o próximo a deflorar a inocência alheia
Não têm vergonha nem da palavra "ejacular", nem da ação de a fazer a seu bel-prazer
Perca o controle dos seus instintos, não existem limites, nem mesmo a tampa de um caixão
Divirta-se
Com suas insanidades só se vive uma vez, Van Gogh e Nietzsche deveriam ter te ensinado isso
Mas preferimos cortar nossas orelhas e continuar sonhando em ser o Superman

A dor é a única coisa desnuda de verdade, além dos corpos pecaminosos da banca de revistas
Sem clima, nem com pincéis coloridos saberíamos dar cor a esses cinquenta tons de cinza
A neblina da tempestade continua devorando as últimas expressões de alegria real
Nesse mundo imundo em que o termo "Deus" não significa mais nada
E que o termo "abrir as pernas" virou quase uma oração sagrada da profana religião do Hedonismo
Os dados nesse cassino indicam uma dupla de prejuízos viciantes no fundo da taça envenenada

Gemidos atrás da porta não me parecem dor, mas podem ser, e nem quem sente percebe mais
Ok, não há mais surpresas pra mim, eu já esperava meus córneos crescendo ante suas córneas
Trair e coçar, é só começar, e minha sarna tá mais que procurada e encontrada
Silêncio. Deixa o mar nos afogar duma vez, fel e vinagre valem a pena no fim do mundo
Já que minha boca conhece poucos lábios e talvez muitos gostos, advindo dos teus, sabe-se lá
Ponha seu rebu que hoje a noite será negra, pois sei bem como sua lábia não descansa um segundo

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Nuvens Escuras em Tormentas


A tempestade vem, pinga, respinga, colide contra minha face
Inundante dilúvio, enchentes, trovões, megatons relampejam sobre minha cabeça
Entre decotes e anáguas de disfarce, não enxergo nenhuma pureza em ninguém mais
Nem em mim

Quando a raiva vence a compaixão, quando o terror vence o amor
Os gritos de silêncio ensurdecem o coração trombeteando seu desespero
Nem Freud nem Jung, nem Piaget nem Vygotsky conseguiriam remover minhas neuroses
Todo eletrochoque, toda caixa de Valium, Diazepam e Rivotril não me fazem dormir em paz

O epitáfio ao lado cheira ao meu desejo de que ele fosse o meu
A opressão, a solidão, o abandono e o desprezo fazem um festival sobre minha carcaça viva-morta
Dizem que o ódio, o desespero e a futilidade foram convidadas de honra
Para a festa de coroação do novo Imperador, Vazio I, de todo o lamaçal que circula em minha veias

Você é o dia de estresse número 3000, parabéns, clique em "morte" para dar seu prêmio a ti e a mim
"Save me from this oppression", canta o Randy Rose em um clamor que parece que eu o emiti
Meus joelhos não possuem mais pele, minha voz é mera lembrança perdida nesse mar de lágrimas
Eu não vejo saída desse poço seco, nem das algemas que os mercadores de escravos me puseram

Nesse quarto de paredes amarelas, fechado, trancado, trancafiado igual meus sentimentos
Em prisão domiciliar escolhida por mim mesmo, escondido da tempestade que tenta levar tudo
Meus sonhos são apenas um pó deixado pra trás nas areias de um deserto ou de um sertão qualquer
Haverá cura para meu câncer que eu mesmo fabriquei e que agora me destrói totalmente?

Não preciso de fofura nem de pena, mas também não quero pedras nem cuspes mais, por favor

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Tô Cansado Pt. 2


Tô cansado de tanta notícia ruim
Tô cansado do lenga-lenga populista sem fim
Tô cansado de amores platônicos que nunca saem do zero-a-zero
Tô cansado dessa falta de caráter e traição descarada, puro lero-lero
Tô cansado de tanto discurso e tão pouca ação
Tô cansado de atos injustos, saqueadores políticos e empresários sanguessugando a nação
Tô cansado de escolher esperar
Tô cansado de novinhas à rebolar e um monte de vagabundo babar
Tô cansado de rezas, orações, correntes milagreiras, campanhas de jejum
Tô cansado do puritanismo oportunista que deixa meus bolsos a nenhum
Tô cansado dos teólogos de diploma virtual
Tô cansado de ateísmo desrespeitoso, tendencioso, mobral
Tô cansado das modelos magrelas desfilando belezas fabricadas e passageiras
Tô cansado do mau gosto de quem não raspa as axilas e se dizem "guerreiras"
Tô cansado de pagar impostos pra pagar a irresponsabilidade que eu não fiz
Tô cansado de votar um dia em alguém como ídolo e depois sair nas ruas com cara de infeliz
Tô cansado de salvadores da pátria e ideologias vazias, esquerda, direita ou centro
Tô cansado do blá-blá-blá irritante de quem de fora quer julgar o que está em mim aqui dentro
Tô cansado de me cansar de e do cansaço da seca que resseca as lágrimas de quem ama
Tô cansado de idiotas que fugiram do jardim de infância, em busca de atenção e fama
Tô cansado de xingamentos em vão e de gente que se incomoda com tudo
Tô cansado de quem vive alienado bebendo sua urina e que se dane o futuro
Tô cansado de gente que só sabe o que é amor em Natal, Ano Novo e no domingo na igreja
Tô cansado de quem não ajuda outra pessoa por causa do cabelo comprido e cheiro de cerveja
Tô cansado de quem só fala de riquezas na terra, mas também cansei de quem só fala do céu
Tô cansado de escrever esse poema e saber que ele vai ficar ao léu
Sabendo eu de antemão que todos estão cansados de ver minha ladainha de falta de amor
Tô cansado de ninguém me abraçar e beijar pra ver se alivia esse cansaço, essa maldita dor

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

S.O.S. Poem


Olho pra trás e vejo uma porta larga e caminhos espaçosos, quilômetros de direção perdida
Construí uma cidade inteira na areia e vejo as tempestades carregando meus sonhos consigo todo dia
Não consigo ver o abismo à frente sem gritar:
Socorro!

Vivo no meu inferno pessoal, um lago de fogo e enxofre pronto para me cozinhar
Não consigo mudar quem sou, nem que eu fosse o David Bowie conseguiria tirar minha máscara
Nessa visão obscurecida eu apenas peço
Socorro!

Meu show de insanidades parece ser ainda o mais vendido e visto e admirado e aplaudido
Sinto a cada dia que eu como construtor trabalhei em vão sem a supervisão Real
Aqui nesses prédios desabando eu clamo:
Socorro!

"Help, I need somebody, help, not just anybody
Won't you please, please help me?"
O botão de "Save Our Souls" já pisca e alerta a todo ouvidos:
Socorro!

Só corro, mas as correntes correm comigo e me arrastam sempre de volta à estaca zero da vida
Não aguento mais ser prisioneiro das decepções causadas por minhas escolhas imbecis
Por favor, se alguém puder me ouvir, de joelhos desesperadamente eu Te imploro:

SOCORRO!!!

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Enigma


Meu mistério, meu segredo, meu puzzle, meu quebra-cabeças, minha charada, meu enigma
Na sociedade de Rambos e Charlies Mansons, eu continuo fora dessas loucuras insanas
Se você busca alguma solução em revoluções, você não só perde seu tempo
Perde sua oportunidade de transformar o mundo com a Verdade Absoluta
que todos os tolos tentam relativizar a seu favor e no desfavor dos outros.

O amanhã nunca morre, mas o meu não faço ideia se seu coração ainda bate ou está em coma
Dizia Sergio Pimenta que só se está só porque deseja
Acho que eu consegui provar sozinho que ele pode ter se enganado e não viveu pra saber
Pois por mais que eu deseje deixar de estar sozinho
A solidão é a única que não me abandona nunca

ORBIS NON SUFFICIT, sem dúvidas esse mundo não é o suficiente para suprir meu vazio
Não soube eu distinguir o paraíso do inferno nem os céus azuis da dor
"I wish you were here", mas que "you"?
Poetas parecem prisioneiros de seu eu-lírico amando amores platônicos
"Você" na verdade não me é pronome pessoal nem de tratamento, é um pronome tão indefinido

Tão cheio de nada, tão vazio de tudo e ninguém está nem aí
Apenas me aparecem pedindo coisas, batendo palmas e sorrindo de minhas trapalhadas no circo
Ninguém que me deparei soube entender esse meu jeito de ser
Eu não quis brincar de amor, as pessoas não querem falar sério nem assinar compromissos reais
Viramos reféns sem resgate dos sequestradores de qualquer forma de sair do nosso ciclo vicioso

Meu enigma ninguém quis decifrar, e no final eu virei uma esfinge suicida e devorei a mim mesmo
Dizem que sou chato, ultrapassado, bonzinho demais, romântico, pateta, desesperado, otário
Para mim é preferível morrer fiel ao que acredito, mesmo que signifique pra mim total abandono
Uma eutanásia que eu mesmo apliquei em mim todo santo dia, oh meu Deus, por que diabos?
Sorriam, geniozinhos tolos, no final de tudo minha dor não será tão insuportável quanto a de vocês

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Degelo dos Corações (Primavera)


"Longa vida à nova carne", um dia quererei eu dizer
"Amor entre as ruínas", é isso que quero construir
"Amantes em tempos perigosos", desejo ser eu e você juntos
Deixar pra trás o que não importa mais, vamos assim fazer

Gritar que a guerra acabou
que nossas cores não nos diferem, mas nos tornam partes da aquarela humana enfim
que ninguém mais vai se importar em ter mais do que ninguém mais
nem precisaremos criar novas crenças para aumentar os erros das primeiras

Vamos juntos começar por nós e não esperar deitados pelo sonho se realizar
Nem precisaremos destruir nada do que foi conquistado em nome de revoluções ou religiões
Nessas horas cantar "Imagine" não é um paganismo ou humanismo tolo
Nada mais tolamente humanista que a hipocrisia religiosa que é regada pelo egoísmo e pelas posses humanas e temporárias
Continuamos a alimentar traças e ferrugens
Continuamos a minar e roubar o amor verdadeiro em nome de nós, em nome de algum deus que não é Deus algum

A beleza dos olhos é o veneno do coração
A beleza eterna aflora dos olhos dispostos a se fecharem e apenas perceber os gestos de sinceridade
Observar atentamente com o foco correto nos fará ir além do nosso olhar, além do espelho
Onde o tesouro mais precioso e indestrutível espera a primavera
Para os que entendem quão belo é o amor poderem se perfumar sem parar

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Caminho Novo nas Campinas de Aldeia


Não mentirei, pois o cantarolar da minha mente é esse muitas vezes:
"Mulher, eu quase não consigo expressar
Minhas emoções confusas em minha negligência
Afinal de contas, estou eternamente em dívida com você.
E, mulher, eu tentarei expressar
Meus sentimentos interiores e gratidão
Por me mostrar o significado do sucesso"

O desejo de ter alguém pra quem cantar isso tudo
"Eu preciso de amor, não de uma prisão sentimental"
De quebrar os grilhões, os aguilhões, as paredes desse Muro de Berlim
Não depender do sorriso de líderes engravatados ou de batina para saber que o Senhor também sorriu
"Eu preciso de Deus, não dessas politicagens das igrejas"

Pessoas se conformam com pedaços da verdade... com pedaços de mentira
Pessoas se conformam com o que lhes deixam confortáveis, valendo a pena ou não
Pessoas não se conformam quando o peso da verdade por completo cai sobre elas
Pessoas não se conformam quando a mentira as sufoca, as afoga e as carrega em seu redemoinho

Mais um trago nas ladeiras de Olinda, em algum daqueles bares do lado do Carmo
Mais um que trago cheio de ilusões, dos fardos das promessas de Ano Novo que viraram fogos de artifício no céu
Das discussões filosóficas, ideológicas ou partidárias só trago um monte de blá-blá-blá
Estrago no entrave dessa minha consciência inconsequente delirante
Meu subconsciente apenas grita em silêncio aqui dentro:
"Baby, eu amaria se você me quisesse
Do jeito que eu quero você,
Do jeito que devia ser..."

Numa alegria que dura mais de que quatro dias ou até a ressaca acertar em seu cérebro e seu corpo
Numa harmonia que vai além das sete notas de uma canção de orquestra numa Cantata Natalina
Num saborear além do azedume salgado, amargosa doçura agridoce e insossa, muito além
Num clarear bem além do pisca-pisca estelar, dos megatons implodindo no astro solar
Num perfumar acima das essências dos jardins de jasmins e gardênias reais ou artificiais da perfumaria
Num tatear deslizante, aconchegante, suave e macio, rolando pelas campinas de Aldeia

É só essa folia que eu queria, agora e sempre, pra mim e você.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Manancial de Leite e Mel


O som está por todos os lados... e os ruídos também abundam
As estrelas não têm nada escrito sobre eu e você, nem meu signo de Gêmeos significa nada pra mim
Uma estrela maior que o universo é minha luz, brilhando desde um monte em forma de caveira
Dependurado em pedaços de madeira

Em meio a tantas crises, financeiras, saúde, muito dengo em Brasília e muita dengue no resto do país
Pessoas que pedem apoio às outras, mas no fundo querem apenas pra si próprias e ninguém mais
Babacas por aí que se dizem santos cuspindo e desprezando os supostos pecadores
Ao invés de se prevenir e ser puros e simples, preferem se entregar à promiscuidade crua e bem nua
e quem pagaria o pato e o mico são os pesos mortos, os bebês, os "estorvos", microcéfalas "mães"
O cacarejo dos que confiam em ideologias, comunismo, fascismo, anarquismo, libertarianismo
São apenas um monte de tolos "ismos" que não dão resposta alguma a ninguém
Igual o cristianismo sem Cristo, apenas mais um "ismo", mais um istmo separando a toa a todos nós
Enquanto brigamos nesse UFC de tolos, pessoas esqueléticas morrem em guerras e corrupções

Aleatórios, como as legendas partidárias, as esperanças dos tolos nos homens em 2018 ou em qualquer outro ano
Já eu continuo a implorar com gritos de "Maranata" a única esperança nesse ninho de cobras
Êta mundo bom? Não mesmo...

Implorando por um pingo de esperança nesse mar de ilusão e sangue derramado na esquina ao lado
Eu sei que ainda existe uma terra que mana leite e mel
Eu sei que ainda existe o teu amor, minha querida que não desabrochou ainda, minha orquídea
Eu sei que ainda existem diamantes negros para ladrilhar essa rua que será minha e sua
Eu sei que há para sempre um lugar que nem a imaginação conseguiu já dar alguma ideia que seja
Eu sei que quero e vou para lá eternamente morar com o Soberano e ao Seu lado estar

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Ventania no Litoral de Olinda (Verão do Amor)


Muitas vozes, muita gente falando ao mesmo tempo
Mas nada do que dizem eu entendo ou capto, parecem não dizer nada
Nada com nada, coisa com coisa, falta alguma coisa apenas ou coisa alguma
Ouvir a Appalachian Melody de Mark Heard para acalmar meus ouvidos
Ou alguém que possa tocar um sax, um blues, um jazz ou algo assim para me fazer feliz

Sensações agradáveis advém daquela colina, ou será do outro lado dela?
Lá adiante das ladeiras de Olinda eu sinto um perfume suave inundando toda a cidade
Irradiando e fazendo mais ruído do que as buzinas do engarrafamento na Getúlio Vargas
Ou os blocos carnavalescos do Bairro Novo

Contra os seres que hipocritamente persistem em espremer santidades falsas nos outros
E as notícias que eu leio nos jornais e vejo na TV e internet só pioram os capítulos da novela diária
Fama virou a maior ambição que como sanguessuga devora nossos sonhos antigos e que nos formaram
O senso da realidade cada dia mais não faz o menor sentido, nonsense for me
A simplicidade infantil substituída por uma depravação enorme da moral e dos sentimentos

Eu só preciso de um pouco de água de lá das fontes de Aldeia
Eu só preciso que esse meu castelo não seja feito de areia
que tenha quartos suficientes para nós e nossos filhos
Meu bem querer, segredo sagrado e sacramentado nos corações meu, seu e do Filho de Deus

Eu insisto
Eu persisto
Eu resisto
Eu não desisto, pois isto só quem nunca quis de verdade é tolo de fazer

Divórcios, adultérios, abandono de crianças e animais
Mortes de protagonistas de filmes
Eu não consigo ver esses finais infelizes
Eu prefiro pensar em viver para sempre com você

Eu sei que esse pode não ser o "verão do amor"
Mas que custa torna-lo assim?