Textos poéticos/contos/crônicas todas terças, quintas e sábados... ou quando a inspiração mandar...

segunda-feira, 31 de julho de 2017

Dez esperanças

Espero ver a morte dessa autoproclamada "república" que não cuida de nada que é realmente público
E a irritante alegação de que investigações para limpeza só atrapalham o suposto desenvolvimento econômico do país
Desenvolvimento este construído em cima das fezes putrefactas da corrupção anal dos excelentíssimos nhôres e sinhás coronéis da moderna oligarquia brasiliense
Piorada pela defecação bucal de retardados sectários das ideias mais cretinas do universo
Adoradores de ditaduras imperadores ou supostos grandes líderes cegos guiando milhões de cegos brasileiros para o fundo das fossas Marianas
Esperando que seus adorados mestres puxem a descarga para nossa desvanescência no buraco negro da ignorância útil

Espero que rasguemos os cartazes, santinhos e cartilhas políticas fétidas
Ponhamos no fogo do Index Sacro esses pergaminhos espúrios dos embaixadores da miséria ideológica
Abortemos duma vez por todas num vaso sanitário o endemoniado rebento da união oligofrênica do casal da estupidez esquerda-direitista nacional: Olavo & Chauí
Abandonar de vez os ídolos, salvadores da pátria, falsos messias da aristocracia da politicagem mundial
Sem Trumps, Obamas, Clintons, Kirchners, Maduros, Putins, Castros, Al-Hassads, Netanyahus e cia
Sem Lulas, Dilmas, Aécios, Cunhas, Collors, Sarneys, Maias, Calheiros, Marinas, Bolsonaros, Jeans, Eymaels, Zés Marias, Paulos Câmaras, Geraldos Júlios, Tiriricas
E principalmente sem nada a Temer, nadica de nada mesmo.

Espero não mais deparar meus olhos cansados, enrugando-se ao constatar textos e textões e testículos
A imbecilidade intelectualoide a me cercar e me encher de animus necandi
Tantas torrentes ideológicas ilógicas e correntes aprisionando os bilhões de iludidos pela politicagem
Tanto cretinismo, egoísmo, narcisismo, egocentrismo numa montanha fecal de "ismos"
Jogando-nos a todos em um infinito abismo
Nenhuma lanterna dos afogados vai salvar você agora, as trevas da burrice milenar da humanidade são inacreditavelmente inextinguíveis

Espero não ter mais de ouvir tanta losna babosenta lamacenta nos alto-falantes dos rádios e carros de som ambulantes
Não mais essas malditas músicas de elevador regurgitantes pasteurizadas do pop popularmente repugnante
Nem mais a infinita highway sem saída dos autoindulgentes membros da panelinha da Rouanet e seus mais do mesmo choramingante da fórmula mais desgastada que o pó do maldito decaído muro de Berlim
Tampouco desejo partilhar dessa bobalhada gospel criada para o bel-prazer oportunista de pseudo-cristãos dobrando seus joelhos pra si mesmos e querendo tornar o Deus que dizem servir em seu mordomo pessoal ou escravo ou gênio da lâmpada maravilhosa ou papai Noel ou sei lá que diabos
E em especial desejo ver a implosão sistemática e coordenada de todos os promotores da selva satânica de poluição sonora e lírica criada pelo homem "daquilo roxo":
Que morram o sertanejo analfabeto, o pagode mela-cueca (por trás no caso), o axé, o pseudo-funk carioca, o tecnobrega e toda sorte de propulsores desse monte de esterco poderiam ser desintegrados, cremados e jogados no inferno sem volta
Basta-me ouvir o suave som das orquestras e da minha amada guitarra distorcida, só a qualidade e nada mais

Espero não mais ouvir "filosofia não serve pra nada"
Retardados que abandonam a escola, mas sabem bem sentar na frente de nossas casas com seus maços de maconha, suas conversas de baculejos sofridos, seus desejos de "baratinar" e assaltar
Aventuras assim eu prefiro morrer sem viver, do que viver todo dia uma nova morte
Ou mesmo abreviar sua vinda da forma mais indesejada e desnecessária:
Com um vírus que me traria a aquisição de uma imunodeficiência irreversível
Graças às aventuras sexuais fáceis de uma geração irresponsável que achar que trair e trepar é só começar
E quem como eu fica nessa de esperar é um babaca mamão que vai morrer na mão até morrer

Espero não morrer sem viver um amor de verdade de homem e mulher nesse planeta tão desamoroso
Onde a independência tornou-nos cada dia mais depressivos nos achando indestrutíveis
Até que o Prozac ou o Demerol - ou pior, o Passaport ou o Chivas - nos derrube novamente em nosso sarcófago de mortos-vivos
Nesse ínterim um amor verdadeiro do qual quiçá provenha algum fruto humano
Torcerei eu como pai que ainda nem sou que esse que vier talvez tenha um mínimo mais de sorte nessa maldita vida do que o retalho ambulante que escreve esse monte de merda pra vocês
Ou se for acometido do mesmo castigo jugo fardo sina carma divino ao menos saiba reagir melhor
Já que eu nem mesmo sei de facto se conhecerei a mãe do pobre diabo, imagina se ele vai mesmo existir

Espero não chegar à velhice mais ranzinza do que miseravelmente o sou já desde a muito
Neurastênico bufão boquirroto como sou devo causar mais ódio gratuito que o Lobão
Basta ver esta lápide do tamanho de um Faroeste Caboclo ou bem pior que isso de tão imenso desprezo próprio e com essa humanidade perdida ao meu redor
Me perdoe Deus, mas meu amor parece-me por momentos que tá mais frio que o inverno ensandecido de 2017
Essa múmia viva cansou da maldição dos faraós que persegue-me
Eu já devo estar pra lá de Teerã, sorry

Espero parar de conviver com tanta muriçoca!

Espero que você que lê esse poema tão gigantesco
Possa senão ter compaixão - até porque ela não me ajudaria em nada mesmo - ao menos compreender
E não apenas falar como tantos insolentes falam de mim tão-somente
"Chorão, coitadinho, chola mais" ou seja lá o que
Não
O poeta está aqui ciente de suas misérias e mazelas
E torce para ser enfim melhor, ou um tantin melhor de paz ao menos

Espero que um dia minhas esperanças deixem de ser
Desesperadas desesperantes desesperadoras
E aprenda eu a esperar pela única Esperança que vale a pena: a Divina
Pois de resto esperar talvez fique só nisso, enfim - triste fim

sábado, 29 de julho de 2017

Eu com eu sem eu de mim por mim em definições pseudocientíficas (ou minhas lógicas ilógicas)


Na falta de ansiolíticos, tem remédios nas bodegas de véio
Pra um velho como eu lúpulo cevada mosto não funcionam adequadamente
No meu templo chamado meu quarto o ídolo chama-se computador e ele clama minha oferenda:
Mais um poema de um romântico teimoso nessa selva de pedra ninho de cobra chiqueiro humano

Shine on you crazy diamond!

O espelho olha pros meus olhos, buracos negros no céu sugando-me pra meu interior abissal
Teria eu acá dentro de meu eu um tanto de mim que mesmo sem mim grita pro amor - SIM!
Ou já foi-se em fenômeno projeciológico arrebatado a algum plano obscuro da não-existência?

Desgastei minhas boas-vindas em encarnações passadas, sinto pelos meus carmas catastróficos
Meu Yin tá aceso ofuscando meu obscuro Yang, bagunçados os Gemini de minha constelação
Nem toda radiestesia conseguiria localizar meu tesouro escondido na rocha matriz de meu coração
Só você, seja lá quem for e em que buraco de minhoca fostes absorvida hiperespaço afora
Só você mesma tem o mapa e a ferramenta adequada e escavar-me-ás quiçá amanhã não se sabe

Meu quarto, meu vácuo, minha ventosa, pseudociência como o é talvez meu futuro inconclusivo
Se há design inteligente decerto que deveras distante estou de tamanha acuidade criativa
Dianética falida numa tabula rasa qual caixa-preta que não gravou nem um gemido do acidente

Quando enfim decolo em meu O.V.N.I. para o planeta cultura paraíso nerd/geek livros livres
Até lá encontro amores que se encontram - ou parecem amores - mas psicocineticamente me fogem
Se os muitos mundos forem reais quereria perfurar essa tal dimensão onde a rainha é você
Nem que teleportasse-me pela mística quântica como quem em força centrípeta se joga a ti
O mesmerismo de atratividade magnética próton-eletrônica resultante final de um zigoto
Geração de nosso fruto angiospermático de meu androceu rumo ao gineceu sagrado
Polinizar meus versos desejos sonhos e fertilizar nosso amor não é jamais uma pseudociência
Nem geraria um criptozoológico do místico ser vivo nunca comprovado por cientistas loucos:
O inacreditavelmente indestrutível e imortal αγάπη-φιλία-ἔρως (Ágape-Philia-Eros), pai de todo στοργή (Storge) verdadeiro

quinta-feira, 27 de julho de 2017

Oração (Minha)

Oro que minha família aprenda duma vez o que significa essa palavra
E quiçá outras aprendam com a gente quem sabe a melhorar
Vai que é utopia, mas não desdobro os joelhos desse querer

Oro que os governantes entendam a Constituição e nosso quadro de leis
E acima de tudo o que representam pra nós, ou deveriam
Parem de olhar pro vil mercado capitalista sanguessuga e olhem por nós

Oro que Cristo me perdoe de ser tão egoísta por vezes e por vezes besta demais
E pelas vezes que em meio a isso tudo eu pareço esquecer que Ele realmente existe e é vivo e forte
E que Seu compromisso não é comigo, ou com crentes e ateus, e sim com todo universo, Sua glória

Oro que guerras sejam apenas no videogame e no tabuleiro de War
Que ditos filhos de Deus, Buda, Yahweh, Olodum, Allah ou sei lá como você chama seu dito Pai
Parem de agir igual filhinhos de papai defecando pela boca serem melhores, mais santos, danem-se!

Oro que os livros impressos, as fotos nos álbuns, as paisagens, viagens, chá em casa, beijo na boca
Nunca morram nem virem lembranças de um museu pré-internet de um passado fossilizado
Um abraço quente e gostoso e um sorriso de bebê valem mais do que um curtir e compartilhar

Oro que eu seja seu de corpo e alma, dos pés à cabeça e reciprocamente toda minha me sejas sempre
A disposição cama-mesa-banho de pele desnuda e corações abertos diariamente mais e mais e mais
Costurar nossa trança e não ser como lá fora em que todos imbecis vivem só de transas

Oro que nunca sejamos só transas. Não só.
Oro que você ore o mesmo que eu segurando minhas mãos e abraçando-se a mim de tudo e todo
Todo toda meu seu minha sua absorvendo cada carne e fluido até ser um só corpo e voz e suspiro

sábado, 22 de julho de 2017

Assalto Coronário

Dizem por aí que a ocasião faz o ladrão
e eu doido pra encontrar uma pra surrupiar teu coração e todo o resto de você pra mim
Mas tem horas que te acho tão tão século XXI e eu ainda lá no XIX sem nenhum desejo de sair
Algumas evoluções me deixam num regresso que só vejo atraso, eu quero é avançar pro teu colo só

Cansado de sermos Israel e Palestina, Irlanda do Norte e Grã-Bretanha, País Basco e Espanha
E cansado deles insistirem em se matar pelo motivo imbecil que seja
Derrubemos logo esse muro de Berlim estúpido cujo propósito é tão tolo de nos separar
Quero que abramos logo o champanhe da vitória, vem aqui comemorar de minha taça toda sua

Eu nos meus aparentemente eternos desencontros porque nunca encontro com vossa mercê
Doido pra um dia colidir com perda total de mim a teu favor e você me reciclar pra ti mesma
Mais louco que dizer que I am the Walrus ou declarar a Revolution 9 eu aumentaria seis dezenas
Centenas, milhares, milhões, zilhões, n-lhões de séculos milenares eras congelados num só fóssil
Meu teu corpo teu meu ser dum jeito que ninguém sabe dizer onde começa ou termina um de nós

Come together right now over me!

Não sei se você é uma Pattie Boyd, mas eu cantaria uma canção feito "Layla" só procê...

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Antimonotonia

Quando meu tédio sou eu, minha antimonotonia é você me jogando pra todo lado que quiseres
Só vê se me joga de uma vez por todas nos teus braços e aprisionado ao teu corpo e só
Nem vem esperar que eu reclame de tuas estrias, celulite ou varizes e verrugas marotas
No mapa geográfico de tuas ruas, curvas, cada relevo teu é uma aventura constante pra mim

Se disser que pode e depois morder minhas costas, vê se faz de um jeitinho que me deixe pirado
Back for me baby, não larga meus lábios longe da aspereza curvilínea dos teus
Deteriorado estou por diárias decepções as quais me deixam sem nem carne nos ossos mais
Nós poetas não queremos nenhuma chance, "não quero mais revanche" desse mundo sem eu-lírico

Eu desconfio que esse mundo não só me odeia como quer consumir meus sonhos
Os que dinheiro nenhum compra, feito você meu bem doce e meu hard rock, power ballad toda sua
Tem gente ainda que acredita em crianças crescidas que prometem o céu e nem o da boca darão
A não ser pra cuspir no teu tal qual cuspistes outrora em mim pois "não faço seu estilo" vagabundo

Sou cafona... tão cafona!

E ao mesmo tempo pareço um carnívoro canibal clamando por sua carne em meus lábios
Para eu devorar cada centímetro de você e ouvir teus gemidos em piração total em minha deglutição

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Ser doce You

Haverá um dia em que todas as histórias serão apagadas da existência e memória humanas
Tornar-se-ão em um nada tal qual férmions ou bósons colidindo com suas antipartículas
Mas uma coisa imploro ao Senhor de tudo que mantenha grafitado pra sempre no céu dos céus
Que eu sou tão teu que mesmo que a mim me lançasses fora permaneceria te sendo teu e só teu

Você é a donatária de minha capitania, cada lote meu é todo seu
Para montares teu jardim de delícias eternas sem nenhum fruto ser proibido a nenhum de nós dois
Eu não escolhi esperar, preferi escolher ser teu voluntariamente
Pois não quero as temporais satisfações desse mundo vão, quero tua satisfação virando minha

Não anseio mais por pornografias, nudes de vadias e infames perdidas de todos e de ninguém
O único ensaio que anseio desesperadamente assistir com minhas vistas em delírio ardente
É ao vivo e a cores ver-te ante mim com tua perfeição indistinta de supostos defeitos corpóreos
Noturna e diariamente e em particular somente para todo sempre em nossa perfumada alcova

O mundo pode realmente em um apocalipse cataclísmico totalmente vir a se acabar
Mas eis que obrigá-lo-ei a esperar e muito e sentadinho para que venha eu terminar
de sorver até a última gota de teu infinito manjar, o néctar do deleite que sai de todos poros teus
e de cada poro meu fluir a ti o meu doce e carinhoso desejo de a ti eternamente seduzir

domingo, 9 de julho de 2017

RockstarT My Heart Baby

Em meu camarim tem um cafofo quentinho e perfumado
Cheio de frutas e doces para a primeira que o invadir
Vem ser minha groupie pessoal e insubstituível
Pra eu autografar com tinta permanente, tatuada, meu nome e meu ser nesse decotado coração

Não me sejas um devil in disguise, me sejas um anjo desnudo desejoso por abrigar-se em minh'asas
Ocupar o posto irrevogável de musa de meu cântico dos cânticos
Sejam esses cânticos ultrarromânticos aos mais próximos de nosso suor trocado um no outro
Em cada infinito resvalar de nossas peles, lábios e o que mais arrancar-te sorrisos de deleite

Kickstart, Rockstart meu coração de rockstar, baby
Porque eu tô ready to strike e se tu vacilares eu vou rock you like a hurricane
Pra mim e você pode dizer não ao não, é proibido proibir tudo e o que mais atrás dos portões
Abafar gritos primais abismais do silêncio não mais, gimme gimme gemidos a mais

Não precisar se preocupar com um júri simpático e incompetente
Só Deus está solto em meio esse camarim feito pra minha groupie particular
O próximo xará que gritar "The Dream is Over" devia nos ver dormindo pro dia nascer feliz
Porque a noite é um nada minúsculo microscópico pra conter nosso deleite delirante, baby

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Free-Nesi

Senhora feudal que me tem como feudo seu, vassalo de ti, suserana
Meus pensamentos em grilhões afixados em teu ser
Tonight and forever não me deixa te deixar
Domina-me, teu Sacher-Masoch sou

Rainha, me disciplina como bem entendes
Satisfaça teu vampirismo, tua odaxelagnia
Até que o esteô seja um limite que cruzastes ilimitadamente
Do alto de seu cano alto eu aceitaria facilmente ver apenas a sola dele

Aqui em meu pescoço tatuaste teu nome e a palavra DONA, e me chamas do que quiseres
O frenesi é livre quando você domina meu cérebro, coração e corpo 24/7
Não é podolatria, mas quero estar a teus pés quando bem entenderes
Pois o meu único fetiche é te fazer feliz pra sempre, domme mia

terça-feira, 4 de julho de 2017

Trinca dos Amantes

Dia desses vi um disco de uma cantora chamada Martha Vieira
Se chamava "Mil Anos de Amor"
Eu bem que gostaria dum amor desses, e um que durasse inda mais
Eu quero viver e ser esse tal amor de milênios sem fim por você

Me convidaram pra marcar uma saudade minha
Uma sugestão para marcar alguém que eu levaria até o último dia de meu viver comigo
Eu não sei porque, mas eu quero mais do que marcar sua pessoa num post
Eu quero me marcar como tatuagem em seu coração pra não arrancar nem depois da morte

Cada metro cúbico de teu corpo, cada sinapse de teus pensamentos, emoções e vontades
Eu quero ser o núcleo de tudo que se chama você e você meu tudo seja
E Deus nosso tudo eterno nos faça uma trindade de amor indestrutível
Tal qual cordão de três dobras que nem aquelas Facas Ginsu da propaganda consegue partir

sábado, 1 de julho de 2017

Another One Bites the Dust


Karen Lancaume se matou

na casa de seu ex-namorado

em 28 de janeiro de 2005 poucos dias depois de fazer 27

Uma das musas de Lyon, França, se foi

Mais uma bate as botas

"É só mais uma atriz pornô doente viciada que leva nossos jovens à perdição, quem se importa?"

Eu gostaria muito que quem tivesse morrido com a boca estourada fosse aquele língua presa que um monte de falso moralista que se nomeia filho de Deus (que deus é esse?) venera como seu salvador da pátria que pariu.

Mas sou voto vencido nesses lances de death note. Devo ser. Os "bons" morrem cedo, mas sempre têm quem pinta as caveiras deles de cor do inferno, seja lá que cor essa miséria tem, não tô a fim de conferir, você tá?

Um dia você também seria mais um que bate as botas.

"Sopre, vento! Venha,  destruição!" diria Macbeth sobre isso. "Fale mansamente e ande com um porrete" seria uma sugestão de Ted Roosevelt para o mundo inteiro. Já I say you saying that you say that you saw...

E mais um já foi, mais um já foi
Mais um bate as botas
Hey, eu vou pegar você também
Mais um bate as botas

A morte é algo que é a única certeza da vida e a única coisa que queremos esquecer que existe, mas ao mesmo tempo a veneramos. Não com death metal nem death'n'roll ou death rock, ou os góticos que passeiam em cemitérios da saudade, mas nos noticiários nos quais todos aparecem com suas vísceras expostas pior que filmes de terror. Mais um bate as botas cataplam!

"O mal leva o bem embora".

Pode espalhar pelo Whatsapp o vídeo de mais um que bate as botas. E Karens Lancaumes continuam a se matar. Exposta pro mundo, fazendo o que não fariam no escurinho nem do cinema nem do quarto com nenhum amor de sua vida. Sentem-se tão, sentem-se só. Sentam-se em nós para sorrir e lembram dos políticos. Lembram-se do falso moralismo de direita. Lembram-se do politicamente correto de esquerda. Esquecem do ser humano. Esquecem de ser humanos. Esqueçam.

É só mais um batendo as botas. Mais um batendo as botas. AIDSculpa esfarrapada.

Minha mãe disse ontem que quem vive no passado não vive o presente e não faz o futuro. Mas pra quem cansou do presente e não vê futuro, nada melhor que pedir pro passado levar a gente pra sua cela. Eu não sei é de nada. Só sei que seremos logo outro a bater as botas. Sozinhos, depressivos, solitários, reprimidos, e e e e e e e e e e e e e e e nada mais.

Outro a você sabe bem o que. Você vai também. Torço pra não como eu acho que vou. Macabéa, pede pro teu estrangeiro me esperar pra me levar com ele pro asfalto!

RIP Karen...