Textos poéticos/contos/crônicas todas terças, quintas e sábados... ou quando a inspiração mandar...

sábado, 28 de outubro de 2017

A esperança em óculos 3D vendo tuas mãos saindo de minha imaginação pra me resgatar


Remetente:
Sentimental imbecil num mundo de inteligentes seres desprovidos de sentimento e fãs de maltratar.

Dolorido ontem hoje e sempre
Perdido nesse curral de sete bilhões de anormais tentando ser mais normais que o resto dos tais
O tempo e a história viram estória da carochinha ante a ilusão de óptica que também é de ótica
Olho escuto e não percebo mais pois tá tudo só no mas sem paz

"Se eles querem meu sangue, verão o meu sangue só no fim"
Os vampiros sanguessugas da nação dos Babacas S/A avisam o apito do clamor do alerta do pânico
Babar o que o sacerdote pastor padre médium profeta rabino astrólogo babalorixá determinar
O dono do partido e o da multiuniversal tão prontos com seu fast-food de arsênico e cianureto
Bon apetit

As balas que avoam perdidas pelo ar loucas pra se acharem no próximo óbito nas notas dos jornais
Minhas palavras sopradas como vela de aniversário apagada e esquecida junto o pedido supersticioso
Eu pedi você, mas perdi-te quando joguei a mim mesmo pro papa-metralha carregar minhas ruínas
Não lembro-me mais se tinhas rubros capilares, íris de mel, oriental olhar ou cachos de mar castanho
Mas ainda recordo que fazes parte do meu sonho de deixar de ser reles poeta e construir realidades
Músicas e canções que ocorrem por meio de nós e não só um sonho solitário de alguém tão eu tão só
Tentando esquecer com esse sonhar o real mundo despedaçando-se em egoísmos e maldade humana
e a me despedaçar e a despedaçar de mim a esperança que há em querer aprender a te amar
e te ensinar a me amar.

Cordialmente me despeço implorando a Deus que não permita ser apenas pra mim outro maldito adeus

Endereço: Você, se quiser fazer-se mais que um devaneio de um tolo tal qual eu

sábado, 14 de outubro de 2017

Eu -> Menu -> Preferências -> Você

Eu quero amor
Mesmo que todos prefiram ejetar a atômica Bomba "O" de Ódio contra seus adversários ideológicos

Eu quero paz
Mesmo que todos prefiram colecionar o próximo arsenal de bravatas e Uzis ante o vizinho d'outra cor

Eu quero esperança
Mesmo que todos prefiram ver ela morrer na praia contrariando o velho ditado sobre sua imortalidade

Eu quero vida
Mesmo que todos prefiram os programas policiais como a verdade vendo os navios malassombrados

Eu quero verdade
Mesmo que todos prefiram tapetes engrossados por poeiras e caveiras ocultas sob seu quente manto

Eu quero liberdade
Mesmo que todos prefiram crer opções politicamente incorretas de dois lados duma moeda inválida

Eu quero sobriedade
Mesmo que todos prefiram pular corda nas celas abissais de uma overdose psicotrópica quaisquer aí

Eu quero arte
Mesmo que todos prefiram aberrações caóticas da filosofia relativista pós-moderna que destrói ídolos
Destrói tudo que veio de trás por um dadaísmo mastigado e vomitado tão errado e artificial criado

Eu quero beleza
Mesmo que todos prefiram o photoshopeamento novelístico ou as curvas pornográficas popozuísticas
Se "só dá tu" e nenhuma saída pros meus ouvidos, Beethoven me aguarde no otorrinolaringologista

Eu quero salvação
Mesmo que todos prefiram o misticismo de pseudodefinições de um deus-fantoche de egoístas
Mijar no cachorro é algo que nunca vi nenhum poste realizar, por que diabos seríamos os primeiros?

Eu quero solução
Mesmo que todos prefiram bazucas à esquerda e à direita, salvadores da pátria fajutos capa de revista
Em sua luta para cada dia mais poder ter pra si mesmos e levar-nos a implorar eutanásia cerebral

Eu quero vermelho em cachos sobre um rosto sardento e belo
Mesmo que todos prefiram esse vermelho em bandeiras vazias com suásticas, foices, martelos, etc
Ou correndo de vítimas de latrocínio ou dos seus algozes que dizem ser bons só a 7 palmos do chão

Eu quero música
Mesmo que todos prefiram glúteos esfregando no salão e nas calças explodindo de irresponsáveis
Depois doutora não reclame da dê esse tê com nome em inglês, ou de carregar 9 meses de abandono

Eu quero ser homem
Mesmo que todos prefiram ser Peter Pans pra sempre brincando com a vida, sentimentos e genitálias
Mesmo que todas prefiram só supostos galãs que usam bem a fala, o falo, mas não a responsabilidade

Eu quero uma mulher
Mesmo que todos prefiram bonecas sexuais de carneosso e empregadas sem salário e de hematomas
Mesmo que todas prefiram tentar carregar masculinidades que nunca tiveram nem jamais terão a vera

Eu quero Deus
Mesmo que todos prefiram empinar o nariz como tolos superiores que vivem em depressão diária
Mas se acham fortes até mesmo quando sua força resume-se a usar seu prestobarba nos pulsos

Eu quero eu
Mesmo que todos prefiram qualquer um outro, inclusive nem se prefiram de tão perdidos dentro de si
Eu quero saber com plena ciência que sou alguém e valho de verdade para você, meu bem

Eu quero você
Mesmo que você prefira qualquer um outro - ou outra, vá lá saber, nesse mundo cheio de preferências
O meu menu não me permite desajustar essa opção tão insólita que é sintonizar-me só em ti e por ti

sábado, 7 de outubro de 2017

Perdido no Tempo Pós-Moderno com Pirulitos Zorro e Cavalheirismo Esquecido

Saudoso tempo que não mais sedoso nesse planeta seboso
Na fé, esperança e amor que levo no peito alguns viram plateia e me tiram de Bozo
Passa de mim esse cálice, Senhor, pois eis que pesado é essa humanidade tortuosa
Faça-se a vontade Tua, dá-me pois dessa cruz que carrego uma bênção voluptuosa

O individualismo barato que torna-nos tão fortemente fracos fracassados
Intolerantes ao glúten, à soja e à opinião alheia seguimos correndo desmaiados
E eu perdido nesse tempo cyberstreampunk pós-apocalíptico e pós-moderno
Não perco tempo com as estações modais sacais da tendência atual, só vislumbro o Eterno

Antissocial antimoderno anti-hodierno anti-anti-anti-antiquados
Antas cegas caminhantes ao poço abismal sem fim da incoerência e pintados em poeirentos quadros
Prefiro abandonar meu auto-amor egoísta a autodestruir-me na solidão
O fake amor nascido de carência múltipla de órgãos não me é suficiente, não preenche meu coração

A vida é muito mais do que fotografias na parede de um quarto fechado
A Verdade é muito além de um manual de instruções se não for vivido e caminhado
O amor vai mais alto do que um suprimento de desejos carentes de dois ou mais pobres feridos
A morte não é somente o fim de tudo, quiçá a constatação de que os sonhos não ficaram perdidos

Ah você bela dama, debaixo de teus cachos vejo em ti alguém tal qual eu, alguém ímpar
Que tal resolver esse impasse, desimpedir, desempatar, sermos tão-somente par a par
Estarmos a par de tudo e caminharmos sem medo no fio da navalha desse planeta desolado
Com suprimento infinito de caramelo e amor real, minha dama, de seu cavalheiro sempre a teu lado